A geração de lixo aumentou cinco vezes mais do que a população no Brasil. Cada pessoa
produz, em média, pelo menos um quilo de rejeito por dia. O destino final desse lixo tem se
tornado uma dor de cabeça para os gestores públicos. Em Tijucas, há um projeto para
instalação de uma central resíduos , que receberia todo o lixo recolhido nos 22 municípios da
Grande Florianópolis. O prefeito de Tijucas, Elói Marino Rocha, negou a viabilidade para obra.
A central de resíduos, chamada EcoParque, seria localizada na comunidade de Nova
Descoberta. Uma empresa com sede no Rio de Janeiro, a Haztec, adquiriu um terreno de 20
mil metros quadrados no bairro. O objetivo é fazer um empreendimento com capacidade para
receber mil toneladas de material por dia. A Associação de Moradores de Nova Descoberta se
colocou contra o empreendimento. “A Nova Descoberta não pode se transformar em um
lixão”, afirma o presidente José Vicente de Souza, o Zezinho.
O prefeito de Tijucas, Elói Mariano Rocha, que já havia dito aos diretores da empresa que
consultaria os moradores antes de dar o aval para obra, também se colocou contra ao projeto.
“Enquanto a comunidade for contra, serei contra. O projeto também é inviabilizado pelas
questões ambientais, já que no imóvel onde se pretende construir o ecoparque estão dois
cursos de água e uma nascente. Outro ponto são danos à malha viária do município devido ao
elevado número de caminhões que transitará pela cidade”, garantiu o prefeito.
“Que cada cidade cuide do seu lixo”
Representando o prefeito de Canelinha, Moacir Montibeller (PMDB), o vereador Antônio
Carlos Machado Júnior (PMDB), disse que o município também deve sofrer as consequências
caso esse Ecoparque seja instalado em Nova Descoberta. “O prefeito de Canelinha também se
posicionou contra. A empresa vende um produto limpo, uma coisa ecológica, mas a gente sabe
que na verdade é um lixão. Sabemos da necessidade de cuidado com o lixo, até pela questão
legal de cada município, mas é isso que queremos: que cada cidade cuide do seu lixo”, afirma.
Santa Catarina foi o primeiro estado brasileiro a proibir os lixões. Com interferência do
Ministério Público, as prefeituras tiveram que se adequar. Com a população produzindo muito
lixo, está cada vez mais difícil encontrar locais para aterros sanitários. A saída defendida pelos
especialistas é a reciclagem e a transformação de orgânicos em fonte de energia.
O que diz a empresa
A empresa alega que o EcoParque seria o primeiro do Brasil totalmente alinhado com a
Política Nacional de Resíduos Sólidos e que a empresa é referencia em inovação e respeito ao
meio ambiente. Além disso, que o empreendimento geraria 150 diretos e 450 indiretos em
Tijucas, além do aumento da arrecadação de impostos, em especial o ISS, estimado em R$ 1,6
milhão por ano, além da diminuição dos custos do município com resíduos e aumento no
repasse do ICMS. Por meio da assessoria de imprensa, a empresa não informou se vai ou não
seguir com os planos para instalação do Ecoparque em Tijucas.
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