Se for preciso, prefeitura diz que vai suspender construções na localidade
ANA MARIA VEIGA
[email protected]
Os moradores do loteamento Mata Atlântica, no bairro Universitário, estão revoltados com a constante falta de água no local. Algumas famílias ficaram sem água por mais de 10 dias. Representantes do bairro estão colhendo assinaturas em um abaixo-assinado para entregar ao Ministério Público, pedindo que a Promotoria de Justiça investigue o caso. Como medida para enfrentar o problema, o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) está ajustando a rede e quer também controlar a quantidade de novas construção no local.
A professora Kyzzy Bressan, 35 anos, mora com o marido e filho na rua Guarapuvu. Ela ficou 10 dias sem água. “O problema se agrava aos finais de semana, quando as pessoas estão em casa”, lamenta. Para driblar a seca das torneiras, muitos moradores tomam banho na casa de familiares ou amigos, no centro da cidade. Kyzzy está entre as mais de 100 pessoas que já assinaram o requerimento ao Ministério Público.
De acordo com um dos organizadores do movimento, Henri César da Silva, de 39 anos, o Mata Atlântica sofre com a baixa pressão da água. “Normalmente durante o dia a pressão de água é fraca”, reclama. Mas, segundo ele, a escassez se agravou em outubro deste ano. “Foi um problema geral. Nós entendemos as dificuldades, mas este problema precisa ser resolvido. Não podemos ficar nesta situação”. Hoje o grupo vai apresentar uma denúncia formal para que o Ministério Público investigue a falta de água na região que está constante desde o último dia 26 de outubro.
REDE ANTIGA
O presidente do Samae de Tijucas, Jilson Oliveira, explica que o problema da falta d’água é pontual. “É em apenas algumas ruas na localidade do Mata Atlântica. Já fizemos a injeção de uma rede de maior espessura para dar mais vazão à água”. Segundo ele, a rede que abastece o município é antiga e não foi pensada para a expansão habitacional que Tijucas passa. “O município faz mil novas ligações de água por ano, mas nos últimos anos não investiu nada na rede”, revela.
Dos mil pedidos de novas ligações de água por ano, a maioria são para o loteamento Mata Atlântica. Todo mês há, segundo o presidente do Samae, cerca de 70 novos pedidos para lá. “A
rede tem capacidade de atender 400 residências, mas já tem mais de 1,5 mil construções. A tendência é de um crescimento ainda maior, podendo chegar a 3 mil residências”, analisa.
NOVAS CONSTRUÇÕES
Na última segunda-feira, o prefeito de Tijucas, Elói Mariano Rocha, recebeu moradores do bairro e determinou a suspensão de novas construções no loteamento até que o problema seja resolvido. A declaração desagradou construtores, engenheiros e empresários, que alegam que a construção civil é um dos propulsores da economia de Tijucas. Em entrevista ao DAQUi, o presidente do Samae disse que “se for necessário, haverá sim a suspensão de novas construções, mas que cada caso será avaliado de forma individual”. Ele informou ainda que os construtores do Mata Atlântica estão dispostos a formar uma parceria com a prefeitura para ampliar a rede principal que abastece a localidade.
|