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Indianara Laurindo tem 27 anos e, desde o fim de 2012, luta contra o câncer. Interrompeu o trabalho de operadora de caixa num supermercado em Tijucas, engavetou o sonho de fazer faculdade e pediu licença à vaidade para vencer a batalha. Nas últimas décadas, mais e mais pacientes começam a mesma luta que Indianara. Ontem foi o Dia Mundial de Combate ao Câncer – data que serve para alertar o poder público e a comunidade sobre a importância da prevenção.
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), ano passado Santa Catarina registrou cerca de 25 mil novos casos da doença. Estão no topo da lista o câncer de próstata, de mama, de traqueia, brônquios e pulmão. No Estado, apenas 11 cidades possuem unidades de referência para tratamento. No caso dos pacientes de Tijucas, o destino mais comum é Florianópolis. Indianara, por exemplo, faz quimioterapia no Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon), na capital catarinense.
Era setembro de 2012 quando ela, na época com 25 anos, recebeu um exame que só mostraria para o médico na próxima consulta, em dezembro do mesmo ano. Antes disso, consultou na internet para saber o que significavam os termos que apareciam no laudo. Concluiu, sozinha, que estava com câncer de mama. Mas ficou em silêncio. “Não contei para ninguém antes de o médico dar a certeza. Não queria que a minha família sofresse antes de saber se era realmente isso que eu tinha”, lembra.
A LUTA PELA CURA
“Assim que recebi o diagnóstico sabia que teria uma grande batalha pela frente. É algo que mexe com a estrutura da tua vida, do teu trabalho e da tua família”, comenta Indianara. Ela recorda que, no início do tratamento, passou por uma fase de desânimo. Chegou a pensar que iria morrer. Mas superou. “Vi que, por mais que eu tinha algo fundamental, que é o apoio da família, não adiantaria sem a minha vontade de vencer. Parei de questionar a Deus e comecei a ter fé. Hoje eu tenho a certeza que vai dar tudo certo”, confia.
No meio do percurso, apareceu uma metástase no fígado e, por isso, os médicos não fazem a cirurgia da mama. Indianara continua em tratamento. Apesar disto, o cabelo já cresceu novamente. Esta também foi uma barreira que a jovem teve de superar ao longo do processo. “Eu amava o meu cabelo. Foi bem dolorido o período de queda. Por isso que eu digo que nós não temos uma vida normal. A partir do momento que precisa colocar um lenço na cabeça, as pessoas já te julgam e começam a te olhar com pena”, assegura.
CHEIA DE PLANOS
No que depender de Indianara, logo ela estará curada e poderá voltar a lutar pelos sonhos que deixou de lado. Antes da doença, tinha feito curso técnico de enfermagem. Agora, quer fazer faculdade e, quem sabe, um dia trabalhar no Cepon, auxiliando no tratamento de pacientes com câncer. “Lá consegui ver que meu problema é pequeno perto dos outros. Eu consigo ir para a quimioterapia sozinha, não preciso depender de alguém para me carregar. E lá tem pessoas em situações bem críticas. Isso me faz refletir e me dá forças para seguir em frente”, comenta. Indianara tem a certeza de que a cura é uma questão de tempo. Não está disposta a perder a batalha.
Dicas para se proteger do câncer
- Não fume! Essa é a regra mais importante para prevenir o câncer, principalmente os de pulmão, boca, laringe, faringe e esôfago. Ao fumar, são liberadas no ambiente mais de 4.700 substâncias tóxicas e cancerígenas que são inaladas por fumantes e não fumantes.
- Alimentação saudável. Frutas, legumes, verduras, cereais integrais e feijões são os principais alimentos protetores. Comer esses alimentos diariamente pode evitar o desenvolvimento de câncer. O aleitamento materno é a primeira alimentação saudável. A amamentação exclusiva até os seis meses de vida protege as mães contra o câncer de mama e as crianças contra a obesidade infantil.
- Pratique atividades físicas como parte da rotina diária.
- As mulheres entre 25 e 64 anos devem fazer o exame preventivo ginecológico a cada três anos. Já as mulheres com 40 anos ou mais devem se submeter ao exame clínico das mamas anualmente. Aquelas que estiverem entre 50 e 69 anos devem ainda realizar a mamografia a cada dois anos.
- Evite a ingestão de bebidas alcoólicas. Seu consumo, em qualquer quantidade, aumenta o risco de desenvolver câncer.
- Evite exposição prolongada ao sol entre 10h e 16h.
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