Estava numa fila, esperando para pagar um boleto. Percebo a chegada de uma senhora. Discretamente, notei que parte do cabelo dela estava raspado, o rosto apresentava um hematoma enorme, além de pontos espalhados pela cabeça e face. Assustou. Mas procurei não olhar (nem perguntar) para que ela não se sentisse constrangida.
A fila estava grande. Iria demorar até que fôssemos atendidos. E eis que ela puxa assunto. Deu para perceber que queria falar o que havia acontecido e assim fez. Só então fui saber que ela era uma das idosas que, duas semanas atrás, havia sido vítima da violência em Tijucas. Foi a mulher que recebeu golpes de faca, em plena luz do dia, numa suposta tentativa de assalto a um brechó que tem na própria casa. Mas não foi bem assim. Ela resolve contar.
“Era um moço que eu achava ser uma pessoa boa. Era cliente, comprava no brechó. Ele apareceu e eu achei que tinha ido buscar uma calça que tinha deixado lá. Quando entrei, logo começaram os golpes de faca. Não dava para entender o que acontecia. Ele estava fora de si! Começou a dar facadas na minha cabeça, nas minhas costas... Depois, foi embora. Não levou nada. Não queria nada!”, relatou, ainda sem acreditar que tenha passado por estes momentos de pânico.
Além dos cortes pelo corpo, há suspeita de fraturas na face e que, talvez, precise de cirurgia. Ficaram as marcas, os machucados, mas, acima disto, a dor por – a partir de agora – não saber mais em quem confiar. A violência tomou proporções assustadoras por aqui. Precisamos de ajuda!
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