O que o 7 de setembro significava para mim na infância?
Era dia de acordar na madrugada para, emocionado, correr para uma esquina da 13 de junho para ver a alvorada. Depois correr para outra esquina da Lauro Muller para ver mais uma fanfarra passar pelo bairro da Praça.
Era dia de estrear uniforme novo e cuidadosamente passado pela vó, enquanto minhas tias tratavam de ajeitar o cabelo das meninas da família.
Era o dia de usar tênis novos (sim, era a data em que ganhava par novo, só meu... Durante o ano usava pares doados – de parentes ou estranhos). Tiveram alguns anos que os tênis novos não vieram. Mas ia com a mesma alegria para o desfile.
Era dia de ser o último da fila. Sempre baixinho (acreditem!). E depois ser resgatado para ir segurar algum cartaz de isopor na frente. E lá ia, todo orgulhoso.
Era dia de sorrir para a câmera de algum parente... E torcer para a foto não ter “queimado”. Não dava para desperdiçar 36 poses com apenas um. Muitos parentes ainda iam desfilar e também precisavam ser fotografados.
Era dia de pão com laranjinha.
Quem não lembra deste sabor?
Agora, cheio de tênis novos, com ferro para passar minha própria roupa e mais alto que no passado, Sete de Setembro é dia de nostalgia.
Cláudio Eduardo de Souza
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