Centenas de pessoas lotaram o anfiteatro na audiência pública
CLÁUDIO EDUARDO DE SOUZA
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Cerca de 700 pessoas compareceram a uma audiência pública, na última quinta-feira à noite, para manifestar a contrariedade à instalação de uma penitenciária industrial em Tijucas. Apesar disto, o Governo do Estado não recuou da intenção de abrir a unidade prisional no município.
“Minha prioridade sempre foi e será o respeito ao povo. E quando a comunidade não quer, o prefeito também não quer. Portanto, digo não à penitenciária e mesmo que muitos acreditem ser este um fato consumado, não vamos desistir desta causa. Vamos lutar para evitar esta construção!”, defendeu o prefeito Eloi Mariano Rocha (PSD).
A audiência pública foi promovida pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina. E teve ecos por lá. Ontem, três deputados repercutiram o assunto e fizeram uma moção ao Governo do Estado – aprovada pelos demais parlamentares – em que se manifestam contrários à instalação da penitenciária em Tijucas. No requerimento proposto pelos deputados Altair Silva (PP), Mario Marcondes (PSDB) e Serafim Venzon (PSDB), a justificativa é de que a cidade não conseguirá arcar com as dificuldades sociais e econômicas provocadas pela vinda da unidade prisional, além de ressaltar a falta de diálogo entre a administração estadual e a sociedade.
A expectativa do Estado, que já tem adiantado o processo burocrático para a construção da penitenciária, é que a unidade – orçada em R$ 48 milhões – seja construída nas proximidades do presídio, no bairro Itinga. Na audiência, foram relatados uma série de impactos negativos nas áreas de saúde, segurança, assistência social, infraestrutura, saneamento básico, educação e reflexos ambientais. A apresentação foi baseada em dados coletados nas secretarias municipais e no próprio Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) encomendado pela secretaria de estado da Justiça e Cidadania do Governo de Santa Catarina.
O QUE DIZ O ESTADO?
O DAQUI entrevistou o representante do Governo na audiência pública, Leandro Soares Lima, secretário adjunto da secretaria de estado de Justiça e Cidadania de Santa Catarina.
DAQUI – Porque a escolha de Tijucas para a construção da penitenciária?
Leandro - A escolha é geográfica. Foi o mesmo critério para a construção de outras 49 unidades prisionais em outras cidades. A escolha é geográfica, respeitando os critérios demográficos. Tijucas não foi escolhida a esmo. Tijucas foi escolhida por sua posição geográfica.
DAQUI – Depois desta audiência pública, há possibilidade do Governo recuar?
Leandro – Não. A Secretaria e o Governo do Estado mantém os planos da construção da penitenciária em Tijucas. Ela se encontra judicializada, mas não pretendemos recuar.
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