Senhor governador Raimundo Colombo, esta é a terceira vez que escrevo uma Carta Aberta com destino ao senhor. Na primeira vez, em 2014, pedia segurança para Tijucas. Era abril. Tinham assassinado a nossa LEANDRA. Se o senhor conhecesse a Leandra como nós, talvez tivesse se importado como nos importamos. Perdemos uma mulher determinada e querida por todos, pedimos sua ajuda e não fomos ouvidos.
Depois de dois anos, escrevi novamente. O pedido era o mesmo, só a tragédia era diferente. Tínhamos acabado de perder o nosso BRUNO – um estudante, jovem, cheio de sonhos, dono de muita energia e carisma. Foi assassinado. E mais uma vez suplicamos por segurança e não fomos ouvidos pelo senhor.
Volto, agora, para escrever esta terceira carta ao senhor, governador. E nem vou pedir segurança (o senhor já deve estar cansado de saber que precisamos disto). Quero apenas questionar: é algum tipo de brincadeira esta imposição de uma PENITENCIÁRIA em Tijucas?
O senhor passa praticamente sete anos ignorando nossos apelos e, ao invés de nos atender, resolve nos impor algo que só aumentará nossos problemas sociais – segurança, moradia, saúde, educação, infraestrutura... Sabemos que tudo já está consumado! E o que nos resta é esperar que algum bom senso faça com que o senhor repense esta decisão e nos ouça, ao menos desta vez.
Solte alguma nota oficial, senhor governador, informando-nos: “comunicamos que houve um equívoco nas informações do Governo do Estado. Não construiremos penitenciária em Tijucas, mas sim uma ESCOLA MODELO NO BAIRRO ITINGA. Porque entendemos que a melhor forma de aliviar a sobrecarga do sistema carcerário é fortalecendo nossa Educação e formando pessoas para o bem”.
Com pouca fé, rezo e torço para que o senhor, desta vez, ouça-nos!
CLÁUDIO EDUARDO DE SOUZA
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