Prefeito diz que só a manifestação popular pode impedir a vinda da penitenciária
CLÁUDIO EDUARDO DE SOUZA
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Com trâmites adiantados, está cada vez mais próxima a instalação de uma penitenciária industrial em Tijucas. O projeto do Estado, com anúncio feito pelo governador Raimundo Colombo (PSD) no fim do ano passado, é de que a nova unidade prisional seja construída próxima ao presídio e abrigue mais de 600 presos. A audiência pública acontece hoje à noite, no anfiteatro Leda Regina, a partir das 19h30. A expectativa é de que participem autoridades da Segurança Pública, lideranças dos municípios da região e a comunidade em geral.
“Único meio de impedir a instalação da penitenciária aqui é a manifestação popular porque, do ponto de vista jurídico, já está tudo consumado desde o ano passado”, afirma o prefeito de Tijucas, Eloi Mariano Rocha (PSD), que, desde o início do governo, tem se posicionado contrário à decisão do governo do Estado.
Atualmente, Tijucas já possui um presídio. A unidade tem capacidade limitada para 155 presos. No entanto, mais de 300 estão encarcerados. “Sabemos a demanda que a instalação do presídio trouxe para nosso município. E sabemos que a vinda da penitenciária pode nos criar um caos social. Não podemos permitir que isto aconteça”, salienta o prefeito.
Eloi usa como exemplo da falta de capacidade de Tijucas abrigar a unidade prisional proposta pelo Estado, a questão da distribuição de água. Foi solicitado pelo empreendimento a viabilidade do fornecimento diário de 203m³ para a penitenciária, no entanto, isto compreenderia a, praticamente, metade da capacidade do reservatório da cidade, que é de 450m³.
“A água é só um exemplo. Hoje temos 700 famílias sem residência, imagina como será com a vinda da família destes detentos para cá?”, indaga o prefeito. Ele ainda destaca outras demandas de serviços públicos (por vezes já carentes) que devem sofrer consideráveis impactos: como vagas em creches e filas por atendimento médico. Durante a audiência – que é aberta a toda comunidade – serão apresentados, conforme o prefeito, mais dados que embasam o porquê ser contrário à vinda da penitenciária para cá.
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