Alisson permanece internado no hospital Regional, em São José
CLÁUDIO EDUARDO DE SOUZA
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Na rotina dos clubes que disputam campeonatos de futebol amador daqui, todo final de partida (independente do resultado) tem confraternização entre os atletas. No entanto, no último sábado, os jogadores do União não se reuniram em festa. Foram todos para frente do hospital de Tijucas aguardar por notícia de Alisson Felipe da Silva, 22 anos. Ele foi atingido, logo após a partida da equipe do Porto da Itinga, por dois disparos de arma de fogo – um tiro pelas costas e outro quando já estava caído no chão.
De acordo com testemunhas, o atirador estava no estádio, no bairro Timbé, assistindo a partida entre União e Ponte Preta, juntamente com torcedores do time em que Alisson joga. E ao final da partida, quando viu o atleta passar, tirou a arma e efetuou os disparos. Não houve qualquer desentendimento ali.
Gabriel Silva, apontado como o atirador, se apresentou com advogado na delegacia na última terça-feira à tarde, período que já não caracterizava a prisão em flagrante. Ao delegado Kleverson Willian Parmezan, que investiga a tentativa de homicídio, informou que iria ficar em silêncio, para se manifestar apenas em juízo. “Não tenho dúvidas quanto à autoria. A dúvida é apenas pela motivação”, salienta Kleverson.
Conforme o delegado, testemunhas afirmaram que o atirador mencionou uma suposta briga entre os dois, numa festa que aconteceu em Canelinha. “Tanto a vítima, quanto a namorada, desconhecem esta briga. É possível que ele tenha confundido o Alisson com outra pessoa”, afirma Kleverson. Na apresentação, Gabriel não entregou a arma que teria sido usada no crime.
SEGUE A INVESTIGAÇÃO
De acordo com o delegado, o inquérito está na fase de ouvir as testemunhas – umas já compareceram na delegacia, outras ainda deverão ir. Além disto, deve aguardar laudos periciais. “Sabemos que foram dois tiros. Conforme testemunhas, ele deu o primeiro tiro pelas costas. O Alisson caiu. E o segundo tiro foi quando ele estava caído no chão”, comenta Kleverson.
ESTADO DE SAÚDE
No momento dos disparos, minutos após a partida, ainda tinham torcedores, atletas e dirigentes dos clubes no estádio Raul Silva. Ligaram pedindo socorro. Mas, por estarem no interior da cidade, tiveram medo que a demora pudesse comprometer ainda mais a saúde do atleta. Então o colocaram num carro e foram ao encontro da ambulância dos bombeiros. Alisson foi levado para o hospital de Tijucas e, no início da noite, transferido para o Regional de São Jose, onde permanece internado.
De acordo com Silvana Santos Tomaz, mãe do jogador, ontem ele estava melhor do que nos primeiros dias. E não há previsão de que seja feita cirurgia para retirada dos projéteis que atingiram pulmão e fígado. “A recuperação vai ser bem lenta”, acredita a mãe, com base no que repassaram os médicos.
MAIS SEGURANÇA NOS ESTÁDIOS
Apesar de não ter qualquer sinal de que a tentativa de homicídio tenha ligação com o futebol, atletas e dirigentes demonstraram preocupação com relação à segurança nos estádios em dias de jogos, que não estariam contando com qualquer policiamento.
Na segunda-feira, o Esporte Clube Renascença protocolou ofício junto à Fundação Municipal de Esportes (FME) solicitando que seja providenciada segurança para as partidas restantes do Campeonato Municipal de Futebol Amador de Tijucas. Em resposta, o superintendente da FME, Marinho Adriano, informou que na fase final da competição – que acontecerá a partir do mês que vem – será contratada uma empresa de segurança privada para acompanhar os jogos.
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