Etelvina lembra que o pai tinha o desejo de ser bandeireiro
CLÁUDIO EDUARDO DE SOUZA
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Falta pouco para começar a tradicional Festa do Divino em Tijucas. Entre os dias 2 e 5 de junho, acontece a celebração ao Espírito Santo que, todos os anos, atrai milhares de pessoas para o festejo. A aposentada Etelvina Kock, 73 anos, é a bandeireira imperial deste ano, representando a comunidade do XV de Novembro. Diz que já está tudo pronto para o cortejo de 2017. “A gente fica nervosa, tem medo que não dê certo... Mas está tudo muito lindo”, comemora.
Apesar de sempre participar das atividades da igreja católica de Tijucas, faz cinco anos que Etelvina virou bandeireira. “Era uma vontade de meu pai ser e nunca conseguiu. Na época era muito difícil”, lembra, dizendo que, ainda menina, transferiu para si aquele sonho. Ano passado, quando levantaram a possibilidade de ela ser a responsável pelo cortejo imperial, teve receio. “Quem participa, quer fazer bonito. E eu tenho a sorte de ter a ajuda da comissão da festa”, conta.
Mesmo com os membros da comissão estando à frente de muitas coisas da organização, a bandeireira faz questão de ser atuante: de bicicleta, vai nas casas, faz as cobranças e tudo mais que precise ser feito. “É um honra tão grande. Desde pequena, sempre ia na Festa do Divino. Papai sempre participou das coisas da igreja... Mamãe, não, só gostava da festa”, recorda, viajando no tempo.
EMOÇÃO DE AMIGA
Foram quase 50 anos de amizade. E durante a festa de Santa Rita de Cássia, no último final de semana, no bairro Sul do Rio, Etelvina pensou que passaria mal pela emoção das recordações que vieram à mente. Lembrou da amiga Selma (a dona Selma do Sidóca), que também era bandeireira, também organizou um cortejo imperial e sempre lutou pela capela do bairro.
“Faz pouco mais de dois anos que ela se foi. E quando entrei na capela para passar a bandeira me vieram todas as lembranças. Impossível não lembrar da minha amiga”, confidencia, com saudades, mas na certeza de que Selma estaria orgulhosa – e ao seu lado, apoiando neste desafio de liderar o cortejo de 2017.
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