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05 de Abril de 2015 - 18:26:51

\"O salário que pagamos não atrai os médicos\"

Entrevista com Luiz Rogério da Silva
 
 
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Há quase um mês no cargo de secretário municipal de Saúde de Tijucas, Luiz Rogério da Silva, o Rogerinho (PMDB), avalia a situação da pasta. Entre as medidas que acha urgente, aponta a criação de um plano de carreira para rever salários e perspectivas aos profissionais da área. Defende, ainda, que o Município possa contratar serviços e atendimentos especializados em clínicas particulares da cidade para reduzir a chamada “ambulancioterapia” – que é a remoção de pacientes de Tijucas para fazerem exames, consultas e tratamentos fora da cidade. Além disto, Rogerinho revela as pretensões políticas. “Ser prefeito é um sonho que sempre tive”, confidencia

 

DAQUI – Inicialmente se levantou a possibilidade de sua ida para Brasília, este ano. Depois para Florianópolis e, por fim, o senhor acabou assumindo a Saúde de Tijucas. O que parecia certo era apenas que o senhor não continuaria no Legislativo. Estava insatisfeito como vereador?

Rogerinho – Não estava insatisfeito como vereador. Eu fui eleito com a perspectiva de ficar na Câmara. Aconteceram algumas coisas nesse caminho, entre elas foi estar muito próximo ao senador eleito, Dário Berger (PMDB), e ainda existe o convite para o acompanhar. Quando vim para a Saúde eu fiz uma análise muito simples, mas importante: o que seria melhor para as pessoas que sempre estiveram comigo e para a população de Tijucas? Ficar na Câmara? Vir para a Secretaria Municipal de Saúde? Ou estar com o Dário, no gabinete do senador? As respostas ainda são muito simplórias, não tenho uma avaliação efetiva do que é o melhor para a cidade neste momento. 

 

DAQUI – O senhor já passou pelo comando da secretaria de Saúde em outra oportunidade. Portanto, tem experiência para analisar a situação. Agora, passados os primeiros dias no comando da pasta, como estava a secretaria?

Rogerinho – Brasil afora, os setores Saúde e Segurança devem ser os mais cobrados. Enquanto não existir financiamento novo para melhorar as ações da saúde, nós vamos sempre conviver com estes emblemáticos desafios do Sistema Único de Saúde (SUS). Quando assumi a pasta, não achava que a situação estava tão diferente de 2001, quando tive a última passagem pela secretaria. Era um momento bem difícil. E agora não é diferente. Está bem difícil. A cidade cresceu muito e a demanda exige um investimento muito alto da arrecadação do Município na Saúde. Os repasses federais continuam, mas começam a não atender mais a demanda necessária. Eu tenho dito que a secretaria, desde o dia 3 de março, continua sendo um grande desafio.

 

DAQUI – Qual o maior desafio da Saúde de Tijucas?

Rogerinho – Uma ampla e irrestrita reforma administrativa no setor Saúde, que inclui a questão do plano de carreia, cargos e salários, dos funcionários. E também informatizar o controle de gestão da própria secretaria, buscar unificar e dar equilíbrio ao sistema de saúde, que hoje não existe. A grande pergunta que a comunidade faz nas ruas: ‘por que não tem médico?’. Porque o salário que nós pagamos não atrai o médico. Pagamos menos que Nova Trento, menos que Canelinha, menos que Major Gercino. É questão estrutural. Se nós não tivermos uma política que seja atrativa ao profissional – e não é só salarial, questão de carreira, locomoção, motivação – não vamos conseguir vencer esta etapa. Nós temos a dificuldade de padronização de medicamento. Não dá para, no dia em que chega algum medicamento, acabar os 50 mil comprimidos porque a pessoa pega na unidade do Centro, na unidade da Praça... Faz estoque em casa. É questão também de educação. Mas é tudo a longo prazo. As questões estruturais da secretaria e a reforma administrativa serão o pontapé inicial, no meu ponto de vista.

 

DAQUI – Exportar os pacientes de Tijucas para outras cidades, dependendo das doenças ou tratamentos que precisem, é algo comum. O que acontece também em outros municípios menores. O que pretende fazer para reduzir ao máximo a chamada ambulancioterapia?

Rogerinho – Nós já tentamos, e vamos continuar tentando, junto ao Conselho Municipal de Saúde, fazer uma chamada pública com as clínicas do município. A ideia é que, por exemplo, se a “clínica A” tem especialidade de cardiologia, tentar fazer a compra do serviço; se a “clínica B” oferece a ultrassonografia, vamos tentar fazer aqui. Não é uma situação tão simples, não dá para resolver com um estalar de dedos. Mas já está em fase de estudos. Naturalmente alguns outros procedimentos vão ter de continuar sendo feitos fora do município. Isso também é um trabalho a longo prazo.

DAQUI – Não foram poucas as vezes em que se ventilou possibilidades de fechamentos de unidades como o 24 Horas ou o Hospital São José. Na sua avaliação, fechar alguma unidade seria o correto em alguma situação?

Rogerinho – Eu não afirmo ser correto, mas eu quero criar a polêmica de que não adianta eu ter duas unidades abertas 24 horas por dia e nenhuma das duas resolver o problema das pessoas. Meu grande desafio talvez seja esse: o de ter uma ou duas unidades que resolvam o problema do cidadão. A solução, talvez, seja unificar. Não fechar, mas unificar. De que forma vamos fazer isso? É um planejamento que ainda temos que trabalhar. 

 

DAQUI – Mesmo secretário, não dá para desvincular sua figura política. Quais suas pretensões futuras? Tem intenção, por exemplo, de ser candidato a prefeito?

Rogerinho – Quem entra no cenário político sempre galga estar no comando do município. Acho que, se for perguntar, todos os vereadores sonham um dia em ser prefeito. Não apenas por ser, mas por achar que pode fazer melhor e diferente. E que pode fazer, inclusive, mais. Cada um busca ser a pessoa que contribua diretamente para as ações do município. Ser prefeito é um sonho que sempre tive. Mas é um sonho que muitas vezes tem um preço bastante alto e, às vezes, a oportunidade não aparece da forma como você deseja. Não vejo que ainda teria essa possibilidade de disputar, até porque o prefeito Valério Tomazi deve ser candidato à reeleição. Então, talvez no ano de 2016 não seja o momento para que a gente possa disputar a eleição.

 

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