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20 de Abril de 2017 - 19:02:19

“Nós não tivemos a transição em Canelinha”

Prefeito diz que a arrecadação do município é deficiente, mas que não usará isso como justificativa para não realizar obras
 
 

Moacir diz que a primeira preocupação é a geração de emprego e renda

 

CLÁUDIO EDUARDO DE SOUZA

[email protected]

 

Passados os primeiros 100 dias desde que voltou a comandar a prefeitura de Canelinha, Moacir Montibeler (PMDB) recebeu a imprensa numa coletiva no gabinete para fazer um balanço da administração municipal. Ele, que já havia sido prefeito em três outros mandatos, disse ter sentido falta do período de transição – que teria sido negado pelo seu antecessor. Segundo o prefeito, um dos principais focos da nova administração é a diversificação da economia para geração de emprego e renda. Com orçamento anual previsto em cerca de R$ 25 milhões, diz que a arrecadação dos impostos municipais é baixa e que Canelinha basicamente depende do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), repasse federal com base na população.

 

DAQUI - Em 100 dias, o que já foi possível fazer?

Moacir Montibeler - Cada partido político, quando ganha uma eleição, vai retratar aquilo que ele pensa no exercício da sua função. Até porque ele pregou isso antes da eleição. E é preciso dar respostas. O que se faz em 100 dias de administração? Em Canelinha, vínhamos de 12 anos de uma mesma administração. Então é preciso colocar o seu ritmo, o seu jeito, em cima de uma estrutura que já estava sendo administrada. Primeiro tomamos conhecimento da situação da estrutura administrativa, todas as secretarias e informações, e procuramos dentro deste período nos organizar. Principalmente com informação. Infelizmente algumas secretarias inclusive tiveram os programas deletados. Nós não tivemos a transição em Canelinha. Quando passa a eleição, você vem na prefeitura para ter conhecimento do que acontece, você não vem para fazer auditoria. Não tivemos essa oportunidade. Solicitamos, mas não foi permitido que adentrássemos na prefeitura para saber do seu funcionamento.

 

DAQUI - O senhor disse que alguns dados foram deletados, inclusive de cadastro de pessoas que precisavam de medicamentos. A falta de informações foi uma das principais dificuldades enfrentadas no início do mandato?

Moacir - Em janeiro começamos perdidos. Fazer licitação do que, se não tínhamos referência? Logo começamos a fazer o cadastramento destas pessoas. Existiu um certo conflito, pessoal reclamou um pouquinho, mas não sabíamos o que comprar e pra quem comprar. Tivemos esta dificuldade quando assumimos o município, em termos de informações, que muitas delas não estavam à nossa disposição. Perde-se uma eleição, os três últimos meses se relaxa. Ninguém cuida, não é normal, mas tem esse vício. Pegamos a estrutura pouquinho danificada. E nestes 100 dias começamos a arrumar de uma forma tranquila e usando os recursos que temos.

 

DAQUI - Na questão financeira, o senhor disse que não ficou dívidas da administração passada. Qual a atual situação do município neste sentido?

Moacir - Nós começamos com recursos do zero. Você ainda não está familiarizado com a tua arrecadação. O orçamento é uma previsão. Todos os prefeitos que assumiram esse ano estão em dúvida sobre o que vai acontecer com este país. Um município como o nosso depende exclusivamente do FPM, que é o Fundo de Participação dos Municípios, em função da população. Os tributos locais são pequenos. Não temos muitas empresas, que possam ter um movimento econômico forte. É deficiente a nossa arrecadação! Mas isso também não é justificativa para você não realizar.

 

DAQUI – Qual a maior preocupação da nova administração?

Moacir - Temos a preocupação de colocar em dia toda a estrutura administrativa e sonhar com aumento de arrecadação. Só reclamar não resolve nada. Sonhamos em estruturar essa cidade para que o povo viva melhor. Já fui prefeito em outra época, e a minha primeira preocupação sempre foi e será também nos próximos quatro anos: estruturar o município com emprego e renda e com qualidade de vida. Ninguém vive sem emprego. O desemprego é um crime. Diversificar e buscar novas empresas para se estabelecerem aqui é uma das nossas prioridades.

 

 

 

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