“Foi lindo ver que as pessoas se sensibilizaram”, comenta o fotógrafo do projeto
CLÁUDIO EDUARDO DE SOUZA
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Como reagir a um pedido de alho, salame e Nescafé ao Papai Noel? Ou ainda ao desejo de alguém ganhar uma boneca, shampoo de bebê, tinta de cabelo ou apenas um panetone? Foram presentes assim, que nos parecem tão simples, que foram pedidos pelos idosos do Lar Santa Maria da Paz, em Tijucas, na campanha Padrinho Solidário. E foram todos atendidos. A entrega dos presentes aconteceu no último domingo à tarde, com a participação da comunidade que, em troca, recebeu o sorriso de gratidão daqueles que já viveram tantas festividades de natal, mas que acabam sendo esquecidos por muitos.
A campanha funcionou assim: na página do Lar na rede social Facebook foram colocadas as fotos dos idosos, com toca de Papai Noel e um quadro em que estava escrito o pedido do presente. Cabia aos internautas que desejassem ser padrinhos, comentar que iriam atender o desejo do afilhado. Em questão de minutos, todos já haviam sido apadrinhados.
A produção das fotos foi do casal Giselle e Emerson Leal, numa adaptação de uma ação semelhante que haviam visto pelas redes sociais. “O Lar tinha a ideia de fazer um projeto para atrair a comunidade para este contato com os idosos. E foi lindo ver que as pessoas se sensibilizaram”, comenta o fotógrafo. Ele diz que alguns idosos resistiram a serem clicados. Mas se soltaram depois que a fisioterapeuta do Lar, Aline Souza, auxiliou na produção. “Logo depois que fizemos as fotos, os mais lúcidos já ficaram ansiosos para receber o presente”, recorda.
No dia da entrega, a maioria dos padrinhos chegaram com presentes nas mãos e a curiosidade para ver de perto aqueles idosos que só conheciam pelas fotos. Sentiam um carinho, lembravam de alguns pelos nomes e outros pelos pedidos ‘ah, aquela ali é a que pediu uma boneca!’. Os mais de 50 idosos foram presenteados. Alguns até por mais de um padrinho. “As pessoas levaram muito mais do que eles pediram. Até porque os pedidos eram singelos, muito simples. Mas a verdade é que tudo isso foi também um pretexto para abrir as portas do Lar para que a comunidade se aproximasse mais dos idosos”, analisa Emerson. E a troca de carinhos foi cheia de reciprocidade.
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