Semana triste. Há alguns dias, quando o Chapecoense conquistou a vaga na final da Copa Sul-Americana, houve um movimento pelas redes sociais para demonstrar apoio ao clube, ressaltando que a equipe do interior de Santa Catarina representava o Brasil na finalíssima da competição. A intenção era que, independente dos clubes que torcem, os brasileiros enviassem apoio ao Chape.
E começamos a semana descobrindo que uma tragédia impediria o time catarinense de entrar em campo para, na Colômbia, começar a disputa pelo título. O saldo foram 71 mortes - entre atletas, dirigentes, apoiadores, imprensa e tripulação. E seis sobreviventes. O mundo, então, se solidarizou. Viramos todos Chape, independente de torcida ou mesmo nacionalidade. Ficamos todos sensíveis à dor de familiares e amigos.
Contudo, no cenário político - se numa coincidência ou manobra ardilosa -, enquanto o foco da imprensa e de grande parte dos brasileiros era a tragédia, no Senado foi colocada em pauta a polêmica Proposta de Emenda à Constituição 55 (a chamada "PEC do Teto"), que impõe limites a gastos públicos pelos próximos 20 anos. E com um placar de 61 a 14, os senadores aprovaram a medida em primeira votação. Resta saber se faltou sensibilidade ou ética ao pautarem o assunto contraditório justamente quando o foco estava na tragédia do esporte...
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