Insegurança tem sido motivo de desistência dos alunos
CLÁUDIO EDUARDO DE SOUZA
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Com medo e cansado de ver a escola ser alvo de ações criminosas, estudantes do Núcleo Avançado de Ensino Supletivo (Naes), em Tijucas, resolveram fazer um protesto pedindo mais atenção à unidade e mais segurança. Com cartazes e palavras de ordem, pediam que alguma providência fosse tomada pelo poder público. Em menos de dois anos, mais de 30 boletins de ocorrência foram registrados – a maioria, recentemente.
De acordo com o estudante Arthur Henrique Costa Leonardo, 19 anos, que cursa o Ensino Médio no Naes, a segurança em geral é preocupação. “Não é só na escola, no caminho nós já temos medo. É tanta insegurança que nos desanima a vir estudar”, destaca. E segundo a diretora da unidade, Sônia Ramos, realmente tem alunos abandonando os estudos por conta do medo. “Esta insegurança tem sido motivo da desistência de muitos de nossos alunos. Atualmente temos 700 matriculados, mas a evasão tem sido visível”, ressalta.
Vira e mexe, a escola – que não está abrigada num prédio público, e que é de responsabilidade compartilhada entre estado e município – é alvo de vandalismo, arrombamentos e roubos. Os alunos já ficaram sem aulas porque ficaram sem energia elétrica devido ao roubo da fiação, ficaram sem água porque os bebedouros foram levados, ficaram até sem lanche porque alimentos foram pegos pelos invasores.
Roubaram computadores, botijão de gás, ventilador, geladeira... E o maior medo dos alunos é que, em algum momento, a violência extrapole e os assaltantes resolvam invadir a unidade durante as aulas. “Por enquanto os danos são materiais. E se, daqui a pouco, resolverem fazer um arrastão dentro da escola?”, indagou um dos alunos que ergueu cartazes pedindo mais segurança no Naes.
Conforme a diretora, um dos pedidos mais urgentes a ser atendido seria providenciar o muro da escola – que hoje é de fácil acesso, qualquer um pode entrar. “Nossos alunos são mais velhos, trabalham e mesmo cansados estão dispostos a estudar e ajudar quando preciso. Eles merecem mais segurança. O muro seria a medida mais emergente. Não vai impedir, mas dificultar o acesso e evitar a circulação de pessoas estranhas na escola”, salienta.
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