Many já pensa em participar da disputa em Tóquio 2020
CLÁUDIO EDUARDO DE SOUZA
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O atleta Ymanitu da Silva, tijucano que representou o Brasil nas Paralimpíadas no tênis (categoria Quad, no simples e em dupla), ainda está no Rio de Janeiro. Não briga mais por medalhas, mas foi motivo de orgulho para a torcida daqui. Many não passou da estreia na disputa em duplas. No entanto, no simples, chegou às quartas de final. Ficou a uma vitória de avançar na competição e se garantir na disputa por um lugar no pódio. Em entrevista exclusiva ao jornal DAQUI, o atleta fala da experiência, sensações e expectativas. E assegura: vai lutar para conquistar a medalha em Tóquio, na próxima edição das Paralimpíadas.
DAQUI - Entre a cerimônia de abertura e os jogos, quais maiores lembranças levas dessas Paralimpíadas?
Many - Entrar num Maracanã lotado e participar de um evento desse porte foi a realização de um sonho. A sensação era literalmente de euforia, ouvindo o aplauso de todos. Percebi que todo trabalho feito até ali tinha válido a pena. Depois a sensação de poder jogar contando com o apoio da torcida - seja a presente no torneio ou a que estava em Tijucas acompanhando pelas redes sociais... Depois jogar num estádio lotado, ouvindo a torcida gritar meu nome, dando apoio. Foi de arrepiar! Estavam juntos ponto a ponto. E mesmo depois, com a derrota, a torcida parou para aplaudir, tirar fotos e agradecer pelo empenho dado em quadra.
DAQUI - Na disputa de duplas, vocês foram eliminados na estreia. Mas no simples, conseguistes chegar às quartas de final. Qual tua avaliação das partidas?
Many - Eu já tinha noção do que me esperava, pois os jogadores são os mesmos que eu enfrento no circuito mundial. Eu fiz uma boa preparação para estes jogos, para tentar fazer história e trazer esta medalha. Nas oitavas de final peguei logo o inglês número 10 do mundo e fiz uma bela partida, vencida em três sets. Nas quartas, enfrentei o número 3, da África do Sul. Fiz um ótimo primeiro set e tive a chance de fechar, mas não consegui.
DAQUI - Ao final, mesmo sem medalha, como avalias teu desempenho nas Paralimpíadas?
Many - No geral, apesar da derrota, saí muito feliz, pois estes jogadores que participaram ao meu lado estavam, na maioria, na sua segunda ou terceira Paralimpíadas. Eu, com apenas dois anos na categoria, já ganhei de atleta que está no top 10 do ranking mundial e fiz boa partida com o terceiro melhor do mundo. Isso mostra que estamos no caminho certo. No tênis não existe milagre! É tempo. Uma verdadeira lapidação até chegar no topo.
DAQUI - Passada as Paralimpíadas, quais os planos? Já pensas na próxima edição dos Jogos, no Japão?
Many - Agora é treinar para a Semana Guga Kuerten. E para o próximo ano, já começam os planos para Tóquio 2020. A intenção agora é, literalmente, brigar para chegar entre os 10 melhores do mundo.
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