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11 de Agosto de 2016 - 18:36:59

Pai nutrido pela arte de fotografar

“É isso que um nascer do sol representa: um recomeço. Não importa em que ponto da vida você esteja, sempre é possível recomeçar”
 
 
Pai nutrido pela arte de fotografar

Há algum tempo que a câmera não sai mais de perto de César Luiz dos Anjos Júnior, o Cezinha. Ele sabe que a qualquer momento o telefone pode tocar e anunciar que um novo 'raio de sol' está para chegar. Nesse instante, pega a câmera fotográfica e segue rumo à maternidade. Registra o nascimento de bebês daqui. A ideia faz parte do projeto voluntário intitulado “Nascer do Sol”.

“Eu busco proporcionar para as mães uma lembrança do nascimento de seus filhos. Também tento capturar os pequenos detalhes que, na hora, devido ao nervosismo ou ansiedade, acabam sendo esquecidos ou percebidos”, explica, enquanto abre o computador e mostra os ensaios. Entre as fotos que abre, estão a entrada dos pais na sala de parto, o nervosismo deles, o momento em que o bebê chega ao mundo e o primeiro encontro entre mãe e filho.

Até o momento, Cezinha já registrou a chegada de cinco bebês. O primeiro deles foi a de seu filho, César Neto, em março de 2015. Na época o registro quase não aconteceu. Era para um fotógrafo ter ido ao encontro dos pais na maternidade, mas não conseguiram fazer contato e em cima da hora o médico perguntou se o pai não queria bater as fotos. Sem opção, ele disse sim e, naquela noite, fez a imagem que considera mais importante e linda de sua vida.

Essa é uma das razões da criação do projeto. O fato de quase ter ficado sem nenhum registro do nascimento do primeiro filho. Outro motivo foi a perda de César Neto, que veio a falecer com sete meses de vida, em decorrência de uma meningite pneumocócica. “Vi ali uma oportunidade de fazer a diferença na vida dessas famílias e me nutrir daquele pedacinho de felicidade”, confidencia.

Cezinha viu na fotografia uma forma de aliviar a falta do primeiro filho

 

Os olhos ficam marejados quando Cezinha explica a escolha para o nome do projeto. “Quando eu tinha o meu menino, todos os dias de manhã eu ia lá no berço e falava: bom dia luz do dia ou bom dia meu raio de sol. Quando ele se foi, um pôr do sol aconteceu na minha vida. Eu tinha que encontrar um jeito de passar por esse momento”. E foi em uma outra paixão, a fotografia, que Cezinha resolveu depositar o tempo ocioso que tanto o maltratava.

“Nessa época eu dormia muito pouco e acordava cedo. Nessas horas eu saía para fotografar. Foi onde consegui fazer muitas fotos do nascer e pôr do sol. Percebi ainda que Deus nos dá uma nova chance todos os dias. Acredito que é isso que um nascer do sol representa: um recomeço. Não importa em que ponto da vida você esteja, sempre é possível recomeçar”, justifica. Para preencher os finais de semana, Cezinha acabou entrando em cursos de fotografia. Foram quatro ao total, um atrás do outro. Nesse meio tempo teve a ideia do projeto. No início iria fotografar apenas dez nascimentos, mas logo os pedidos aumentaram. “Acredito que vá passar de dez, tenho mães até outubro”, revela com orgulho.

O SEXTO NASCER

Dia 24 de dezembro do ano passado veio a notícia de que o segundo filho estava a caminho. Uma menina! Cecília provavelmente chega ao mundo na próxima semana. E, claro, vai fazer parte do projeto. “Ela será o sexto nascimento que eu vou fotografar. Isso se nenhum bebê resolver vir antes. Nunca se sabe!”, brinca Cezinha. Ao final das sessões de foto, Cezinha faz o tratamento das imagens, as imprime, coloca em um álbum e entrega para as mães. Tudo sem nenhum custo. “O momento que mais gosto, de todo o processo, é quando entrego o trabalho final. Ver a surpresa e sorriso dos pais é o meu pagamento”.

 

DEDICADO À SAUDADE

Na semana do Dia dos Pais, nem mesmo a alegria em esperar Cecília diminui a saudade causada pela ausência física de César Neto. Nesta data, provavelmente lembrará da metáfora que repete a si mesmo diariamente. “Eu poderia pensar que passei só sete meses com ele, é uma maneira de enxergar o copo meio vazio, ou pensar que eu tive a chance de ter ele por sete meses, e isso é olhar o copo meio cheio. Eu me esforço para continuar tendo a visão da vida através do pensamento do 'copo meio cheio e não do 'meio vazio'. Todo este projeto é dedicado ao César Neto. Ele que me ensinou o amor verdadeiro sem nunca ter dito uma palavra. Ele é o raio de sol mais intenso, brilhante, marcante e repentino que já passou pelas nossas vidas”, declama Cezinha, num momento de deliberado amor.

 

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