Em entrevista há cinco meses, seu Nilson disse que queria se aposentar
CLÁUDIO EDUARDO DE SOUZA
[email protected]
Nilson Carlos de Oliveira lutava contra um câncer. Morreu ontem. O corpo foi velado na Câmara de Vereadores de Tijucas e o sepultamento está marcado para hoje, às 10h, no cemitério municipal. O conhecido “seu Nilson da Farmácia” era pessoa querida na cidade. Há anos, era referência entre as famílias daqui sempre que tinham alguma dúvida quando se sentiam doentes. Atuava no ramo farmacêutico na cidade havia 50 anos.
Em março deste ano, seu Nilson foi personagem do Perfil no Jornal DAQUI. Na época, garantiu que estava chegando a hora de se afastar da farmácia para descansar e viajar pelo mundo. Aos 73 anos, “mas com aparência e disposição de 60” - como ele mesmo dizia - seu Nilson queria “botar o pé na estrada”. Estava, naquele mês, com malas prontas para voltar para Las Vegas, depois de 15 anos. “Conheço cerca de 10 países e também já viajei muito pelo Brasil”, revelou.
Nos planos de aposentadoria, já contava que queria distância da ociosidade. “Quero me envolver nas atividades do meu sítio. Hoje mesmo [em março, quando concedeu a entrevista] estava lá às 6h da manhã. Plantei um pé de abacate e outro de manga. A cabeça trabalhando é o melhor remédio”, comentou, tratando a disposição que tinha como um dos medicamentos que tanto recomendava.
A credibilidade de seu Nilson era tanta, que fazia as vezes de médico. Não era raro encontrar filas para falar com o farmacêutico. “As pessoas querem ser atendidas por mim. São muitos anos de experiência”, orgulhava-se. A popularidade com os clientes fez surgir um convite para ingressar na vida política. “Era uma paixão que hoje está um pouco adormecida. Em apenas 10 anos morando na cidade, cheguei a vice-prefeito. Também já fui vereador. Muito me orgulha minha história em Tijucas e como fui acolhido aqui”, agradeceu ao povo daqui.
|