Narbal carregou oficialmente a tocha em Palhoça e a trouxe para cá
Ao longo das calçadas, as pessoas aguardavam pela chegada de uma visitante ilustre. Apontavam celulares conforme se aproximava o caminhão do Corpo de Bombeiros que carregava os atletas, selecionados para conduzir a tocha olímpica pelas ruas de Tijucas. Alguns admiravam o objeto, outros registravam e tinham, ainda, os que não escondiam a emoção. O espírito esportivo se espalhou por aqui na tarde da última segunda-feira.
Na frente do caminhão dos bombeiros, de bicicleta o cicloturista Narbal Andriani Junior abria o caminho para a tocha olímpica. Foi ele que, oficialmente, no último domingo, conduziu a chama na cidade de Palhoça. “Lá foi um momento especial. Único! Quando entrei no ônibus com os outros condutores, estavam todos emocionados. Todos chorando. E eu já sou chorão por natureza... Vai ficar eternizado na minha memória”, recorda.
Lá, Narbal diz que os 200 metros em que conduziu a tocha, foi a distância mais longa e também a mais curta da sua vida. Numa confusão de sensações. “Tinha muita gente, pediam para bater foto, muitos que eu nunca vi na vida. Foram cinco minutos de fama inesquecíveis”, conta.
De Palhoça, Narbal trouxe a tocha para que a Fundação Municipal de Esportes (FME) realizasse o evento por aqui, com atletas da cidade. “Tudo que incentiva o esporte é bem-vindo. Falta os esportistas se unirem mais para lutar pelo esporte, para conseguirem mais benefícios e para que não precisem mais representar outros municípios onde há incentivos como o bolsa-atleta”, exemplifica.
EMOÇÃO DO PÚBLICO
As crianças deram uma pausa nas aulas para assistir a passagem da tocha e absorver um pouco mais do espírito esportivo. Adultos, por curiosidade ou reverência, também dedicaram um tempinho na tarde de segunda-feira para espiar o símbolo das Olimpíadas. E não foi diferente com os idosos. Todos os olhares estavam voltados para o evento, que saiu da frente da capela Nossa Senhora dos Navegantes, na Praça, seguiu pelas duas principais avenidas da área central da cidade e encerrou no Casarão Gallotti, onde a tocha fica em exposição esta semana.
QUANTO CUSTOU?
Para a realização do evento pelas ruas de Tijucas, a FME gastou, segundo o superintendente Robson Varela, cerca de R$ 750. Os pagamentos foram para o carro de som, a confecção de 12 camisetas (usadas pelos atletas que conduziram a tocha) e dois fardos de água mineral. No mais, a fundação contou com parcerias, como a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros. “Ao contrário do que algumas pessoas mencionaram, não gastamos muito. Teve bastante empenho da equipe e colaboração para que o evento fosse realizado”, salienta.
“É muito importante unir todos os atletas”
Primeiro a conduzir a tocha, Mani vai disputar as Paralimpíadas deste ano
De cima do caminhão do Corpo de Bombeiros, com o anúncio das sirenes e de um carro de som que anunciava o nome e conquistas dos condutores, o tenista Ymanitu da Silva, o Mani, foi o primeiro a erguer e carregar a tocha. Depois dele, passou pelas mãos dos atletas Beto Porcíncula, Laila Elis da Silva, Cláudio Eduardo de Souza, Teotonílio Roslindo, Tawana Censi, Manoel Vieira, João Luiz Sgrott, Benedito Camargo, Cláudio Sartori e Thayna Policarpo.
Entre os escolhidos para carregar a tocha pelas ruas de Tijucas, alguns representam o esporte amador e outros já competem profissionalmente. Caso de Mani que, com sua cadeira de rodas e uma raquete, tem trazido conquistas internacionais para o país. E, recentemente, ele conquistou uma das 12 vagas para disputar as Paralimpíadas Rio 2016.
DAQUI – Tijucas acompanhou tua luta para conquistar uma vaga nas Paralimpíadas e vibrou com a notícia de que a conquistasse. E neste desfile, é justo que sejas um dos homenageados e escolhidos para carregar a tocha. Na tua avaliação, qual a importância deste evento?
Mani – É muito importante unir todos os atletas, que têm em comum o sonho de carregar este símbolo nas mãos. E para todos que praticam algum esporte terem como inspiração e continuarem nessa batalha.
DAQUI – A primeira etapa, que era a conquista da vaga, foi conquistada. Agora qual a expectativa para os Jogos Paralímpicos?
Mani – Realmente, agora neste pouco tempo que falta, vamos fazer uma sequência intensa de treinamentos para chegar lá em condições de trazer uma medalha.
DAQUI – Torcida por aqui sempre mandando boas vibrações. Quando voltavas dos torneios, sentias isto?
Mani – Com certeza, principalmente os familiares, os amigos mais próximos, todos sempre torcendo para que o primeiro objetivo fosse alcançado, que era a conquista da vaga para as Paralimpíadas.
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