Moradores do bairro Pernambuco terão de esperar o fim das eleições para reivindicar uma nova ponte que dá acesso ao centro de Tijucas. De acordo com o prefeito Valério Tomazi (PMDB) está descartada a possibilidade da construção da passagem neste mandato. Um dos motivos foi, segundo ele, a falta de recursos. “O projeto já estava pronto e há mais de um ano no Gabinete da Casa Civil esperando a aprovação do governador Raimundo Colombo, que infelizmente recusou”, comenta.
Além disso, a partir de sábado, os agentes políticos estão proibidos de realizar algumas condutas, conforme determina a lei, que veda algumas ações três meses antes da eleição municipal. Firmar convênios é uma das ações restritas neste período. O prefeito confirma que o tempo é curto e inviabiliza a captação de verba para realização da obra.
A espera dos moradores vem desde dezembro de 2014, quando parte da estrutura de concreto da ponte Bulcão Viana cedeu e um dos vãos de metal caiu. Na época, a Defesa Civil interditou a passagem no local – desde veículos, até pedestres. No mesmo dia, o prefeito assinou o decreto que declarava situação de emergência nas áreas afetadas pela erosão da margem do rio.
Mesmo com a interdição, por ser o caminho mais curto para o centro da cidade, as pessoas insistem em fazer a travessia. Uma delas é João José de Lima, de 76 anos. Todos os dias ele pega a bicicleta e sai para vender peixe. Diz que já se acostumou com a travessia complicada pela ponte. Mas isso não o faz esquecer os acidentes de moto que volta e meia acontecem ali. “Alguns foram feios, eu mesmo já caí uma vez, mas não me machuquei”, lembra.
PONTE VELHA
Luiz Roberto Pereira, 68 anos, morou por muito tempo no Pernambuco e sempre atravessa a ponte para ver as netas. Se preocupa quando elas acordam cedo e têm que passar por ali para chegar à escola. Ele acredita que, além dos quase 90 anos de estrutura da ponte Bulcão Viana, a extração de areia na área tem contribuído para o alargamento do rio, devido a erosão da margem do solo, e ajudou a causar a queda da estrutura. “Isso ia acontecer mais cedo ou mais tarde. Qualquer dia acho que cai de vez, meu medo é machucar alguém”, reflete Luiz.
De acordo com o prefeito, no momento nada pode ser feito com a ponte Bulcão Viana. Não há qualquer projeto para recuperação da estrutura. Construída em 30 de abril de 1930, além de ser um dos cartões postais da cidade, tem valor histórico: foi a principal ligação entre o norte e sul de Santa Catarina durante muitas décadas (antes da construção da BR-101). Apesar disso, nunca foi tombada como patrimônio do município.
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