Os recorrentes casos de violência na colocaram em alerta autoridades e a população do Vale do Rio Tijucas. Uma comitiva, liderada pelo deputado estadual Serafim Venzon (PSDB), se reuniu na Secretaria de Estado de Segurança Pública, para pedir reforço policial para a região.
O número de assassinatos, que é o principal indicador de violência, já chegou a oito em Tijucas e alcançou o total de homicídios do ano passado inteiro. Comandante da Polícia Militar em Tijucas, major Sebastião Vieira, acredita que o aumento da criminalidade esteja relacionado a localização do município. "Maior parte desses homicídios que aconteceram tem envolvimento com a droga. É um fator preocupante. Como Tijucas é um corredor de passagem, o envolvimento dos moradores ou de quem passa com a droga agrava a criminalidade", afirma.
Um dos pontos discutidos na reunião foi a elevação do quartel de Tijucas à condição de Guarnição Especial, com status de Batalhão, que seria desvinculado de Balneário Camboriú. Já há um projeto em andamento neste sentido, mas está aguardando sansão do governador Raimundo Colombo. O deputado Venzon ficou responsável de cobrar a assinatura do governador. "O Batalhão trará mais recursos e consequentemente um maior efetivo policial para a região. O Vale precisa de uma atenção especial, tendo em vista o aumento populacional e também o fato de Tijucas estar na mira para abrigar uma penitenciária", garante.
Falta efetivo em todo o Vale
A reclamação dos prefeitos que estavam na reunião é a mesma: não tem policial suficiente para atender toda a demanda. O prefeito de Canelinha, Antônio da Silva (PP), afirma que a situação no município é crítica. . “A delegacia só funciona meio período porque só tem um policial civil”, lamenta.
O prefeito de São João Batista, Daniel Netto Cândido (PSD), afirma que por lá a situação também é difícil e que a criminalidade cresceu junto com o aumento populacional. “Nós acreditamos que nunca é demais pedir. Estamos aqui reivindicando por mais efetivo e mais estrutura”, garante. Em Tijucas, o prefeito Valério Tomazi (PMDB), também está preocupado com a possibilidade da cidade receber uma penitenciária. “Já temos um presídio com superlotação. Precisamos de uma atenção especial”, alerta.
O Secretário-Adjunto da Secretaria de Segurança Pública, Aldo D’Ávila, admitiu o déficit na região, mas não quis “iludir” a comitiva. “Não tenho como prometer mais policiais agora.Mas vamos nos empenhar para a criação do batalhão”, garante.
Familiares querem justiça
A diretora do colégio Cruz e Sousa, Sandra Regina Pereira, avó do jovem Bruno Pereira, de 19 anos, que foi assassinado em um assalto em maio deste ano, fez um desabafo e pediu a punição dos criminosos. "A violência levou meu menino. O Bruno não reagiu. Ele paralisou quando anunciaram o assalto e deram um tiro na cabeça dele. Não posso aceitar a impunidade", lamenta. Um dos suspeitos do latrocínio, Leonardo Torres, de 21 anos, foi preso. Um segundo suspeito chegou a ser capturado pela polícia, mas acabou fugindo de uma delegacia no Paraná. O terceiro envolvido no crime ainda não foi localizado.
Lucilene Laureci Inez também perdeu a irmã, Leandra, em um latrocínio em 2014. O crime teria sido planejado por um ex-funcionário da empresa de Leandra. "Ele não aceitou a demissão e queria roubar o pagamento dos funcionários. Mas não tinha nada quando eles chegaram, dai mataram a minha irmã", desabafa. Como um dos envolvidos era menor de idade, foi condenado apenas a cumprir medida socioeducativa.
|