Parte do guard rail colocado pela Autopista foi arrancado
BÁRBARA PORTO
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"A gente não quer brigar. Só queremos o que é nosso de direito". A frase da agente comunitária em saúde Angélica Vasco, 26 anos, reflete o sentimento de muitos moradores do Sul do Rio, em Tijucas. Há alguns meses a Autopista Litoral Sul tem fechado alguns acessos à BR-101. E um deles foi logo na entrada do bairro. Colocaram um guard rail, uma espécie de mureta metálica, com um espaço mínimo por onde, com dificuldade, passa um carro e dificilmente um caminhão. "Se não tiver jogo de cintura você arranha o carro todo", diz Angélica.
A mudança não agradou a população, que criou uma Associação de Moradores e tem se manifestado de diversas maneiras, inclusive pelas redes sociais. A reclamação mais comum é referente ao aumento do trajeto para chegar no bairro. Muitos moradores trabalham no centro da cidade e tem de fazer o caminho diariamente. O que era feito em menos de três quilômetros, com a mudança, passou para 10. "Não é o caminho mais seguro, mas é o mais rápido", comenta Angélica.
Os pedidos para abertura do trajeto começaram no final do ano passado. Sem receber o retorno desejado e insatisfeitos com a medida tomada pela Autopista Litoral Sul, concessionária que administra este trecho da rodovia, moradores do bairro retiraram parte da mureta que limitava a entrada de veículos e caminhões.
CONTRA CAMINHÕES
Em nota oficial, a Autopista Litoral Sul informou que a alternativa de retorno para a comunidade do Sul do Rio e usuários da BR-101 está localizada nos quilômetros 164 e 168. Segundo a assessoria, a empresa restringiu a passagem sob a ponte do Rio Tijucas, no bairro, para impedir o tráfego de caminhões nesse local. A medida tem o objetivo de evitar a colisão de caminhões contra a estrutura da ponte. Entretanto, Angélica afirma que nunca foram registrados casos assim naquele lugar. "Não temos acidentes ali, e muito menos problemas com caminhões. É mais fácil isso acontecer do outro lado da ponte", desabafa.
Os moradores e a associação do bairro continuam em busca de melhorias e soluções. Recentemente se reuniram com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e também com a prefeitura do município. A expectativa da comunidade é de que, com a construção do Outlet da Iguatemi, no Sul do Rio, a situação mude. Mas, por enquanto, não há qualquer prazo para que a medida da Autopista seja desfeita.
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