Em épocas diferentes, Lula e Ruy defenderam o Tiradentes
BÁRBARA PORTO
[email protected]
A coleção de memórias do Tiradentes passou por várias gerações de tijucanos. Cada memória é guardada de forma diferente – para uns, com alegria; para outros, carregada de saudade. Há casos, ainda, que pai e filho tiveram a chance de jogar pelos gramados com a camisa do azulão. Um deles, abre sua pasta preta e de lá tira algumas páginas de jornal já amareladas pela passagem do tempo. Nelas, imagens e textos revelam um pouco da história da qual, com orgulho, ele fez parte e gosta de contar.
“Éramos muito jovens. A gente pegava o ônibus do Tiradentes e íamos para lugares muito distantes. Uma noite inteira de viagem. E aí quando chegava na cidade do jogo, só dava tempo de tomar café e ir para o campo. Na volta para casa, chegávamos segunda-feira de madrugada e pela manhã já tinha que ir trabalhar”, lembra Osmar Gripa, o Lula, hoje com 56 anos. Ele tinha 14 quando entrou para o juvenil do Tiradentes, em 1974. Chegou a jogar no profissional e depois de 12 anos de clube se despediu.
Dois anos depois que deixou o Tiradentes, Lula virou pai. E o filho seguiu passos parecidos com o dele. Quando tinha 16 anos, Ruy Gripa vestiu o mesmo uniforme que Lula vestira no passado. Jogou pelo time nos anos de 2003 e 2004, no juvenil, que participava do Campeonato Catarinense de Futebol. Do mesmo jeito que aconteceu com o pai, Ruy viajou para várias cidades do estado. Ele fazia parte da equipe no ano dos últimos suspiros do Tiradentes.
TROCA DE CORES
De 2004 a 2009, para manter o espaço funcionando, o estádio foi alugado por uma empresa de São Paulo que realizava testes com jogadores da região e de fora. Mas as instalações acabaram sendo desprezadas. O abandono tomou conta. Há sete anos, parte da dívida foi paga e, para que o patrimônio se mantivesse em atividade, foi dado à Associação AV13 Esporte Clube uma concessão de uso e administração do Sebastião Vieira Peixoto. Desde então, o azul do Tiradentes deu lugar ao laranja do AV13.
MESMO CAMPO
Hoje, pai e filho têm o privilégio de dizer que participaram, em fases diferentes, da história de um clube que tanto alegrou o povo de Tijucas. A equipe do Tiradentes se foi, mas Lula e Ruy continuam pelos gramados do estádio. O pai faz parte da diretoria do AV13, enquanto o filho veste a camisa 5 do clube, que disputa a série A do Campeonato Municipal de Futebol Amador da cidade. Engavetaram as lembranças dos tempos do Tiradentes, mas seguem colecionando novas histórias no esporte que amam. A bola não pode parar de rolar.
|