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Bastos foi assassinado dentro da viatura, em abril de 2010
CLÁUDIO EDUARDO DE SOUZA
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Seis anos após a execução de um policial militar dentro de uma viatura no centro de Tijucas, os seis acusados pelo crime foram julgados e condenados pelo Tribunal do Júri. Somadas, as penas deles passa de 140 anos de prisão em regime fechado. Antes mesmo de irem a julgamento, eles já estavam todos presos e, pela sentença, não terão direito a recorrer em liberdade. Everton Rodrigues Bastos tinha 23 anos quando foi assassinado, em abril de 2010, durante o trabalho. Ele teria sido morto por engano. O alvo era outro PM.
O julgamento começou na quinta-feira e acabou no início da madrugada de sexta-feira. Por opção da Justiça, o júri aconteceu em Florianópolis, ao invés de Tijucas. Após 15 horas, entre testemunhos e falas da acusação e defesa, foi definida a sentença. Os irmãos Elias Pires, Eliezer Pires e Davi Pires pegaram cada um deles 24 anos e nove meses de prisão. Daniel Pires, sobrinho deles, foi condenado a 19 anos e seis meses de prisão. Israel Bittencourt, o Reco, pegou 21 anos e nove meses de prisão e Douglas Daniel Vieira da Cruz, o Bolão, foi condenado a 24 anos e nove meses.
Conforme o apurado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), os envolvidos planejaram o assassinato de um policial que prendeu um dos réus, em janeiro de 2010, por tráfico de drogas. No entanto, os acusados seriam integrantes do Primeiro Grupo Catarinense (PGC) e acabaram matando um oficial sem ligação com o caso. Segundo o promotor Andrey Cunha Amorim, os Pires integram uma família temida em Tijucas por envolvimento em uma série de crimes como roubos, homicídios e tráfico de drogas. Os réus negaram envolvimento no assassinato e também de integrar a facção criminosa.
Segundo informações da CBN Diário, que acompanhou todo o julgamento, os advogados Francisco Ferreira, Marcos Cattani e a defensora pública Fernanda Rudolfo anunciaram que vão recorrer da sentença no Tribunal de Justiça. E o defensor de Bolão, Francisco Ferreira, disse que o promotor utilizou no júri dispositivo de uma autoridade que pode ter influenciado na decisão dos jurados.
HÁ SEIS ANOS
Bastos foi assassinado por engano quando estava dentro de uma viatura estacionada no centro de Tijucas, próximo ao Anfiteatro Leda Regina. Ele foi atingido por um tiro de espingarda calibre 12. O alvo dos atiradores era, na verdade, outro policial militar que geralmente usava aquela viatura em que Bastos estava. Um dos réus, segundo a promotoria, queria se vingar por ter sido preso por tráfico de drogas. Mas o PM que era o alvo, no entanto, tinha trocado de turno com Bastos naquele dia. O soldado deixou dois filhos – um deles um bebê que estava com apenas três meses.
Bastos não estava sozinho na viatura. Ao lado dele, estava o soldado Thiago Fernandes. Enquanto o colega foi atingido na cabeça, o tiro em Fernandes pegou na parte lateral do colete, e resultou em mais de 20 estilhaços no pulmão. Ele conseguiu sair da viatura e atirar em direção aos atiradores, que estavam numa moto e fugiram. Fernandes foi internado e conseguiu se recuperar dos ferimentos. Depois, deixou a cidade de Tijucas. O mesmo aconteceu com o policial que seria o real alvo da execução.
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