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05 de Março de 2015 - 09:15:17

Mais de 30% dos boletins de ocorrência em Tijucas são de violência contra mulher

Ano passado, foram registradas pelo menos duas mil denúncias de agressões a mulheres
 
 
Mais de 30% dos boletins de ocorrência em Tijucas são de violência contra mulher

Após 40 anos da oficialização do Dia Internacional da Mulher, as mulheres do Brasil vivem um grande contraste. Enquanto umas comemoraram a independência financeira e a ascensão no mercado de trabalho, outras ainda lutam para se livrar da violência doméstica. Em Tijucas, um terço dos boletins de ocorrência registrados na delegacia de polícia são de violência contra mulher. No ano passado, foram pelo menos duas mil denúncias.

A dona de casa Joana (nome fictício para preservar a identidade da vítima), 33 anos, engrossa a estatística das denúncias da Lei Maria da Penha. Ela sofre agressões do marido desde 2003, quando engravidou e casou. “Ele sempre me xingou muito, mas eu não sabia que isso era um tipo de violência. Achava normal, coisa de homem”, conta. Ela sofreu calada durante seis anos, até levar uma surra que deixou marcas no rosto. “Não tinha como esconder. Fiquei toda roxa e minhas irmãs perceberam. Fui na delegacia, mas não deu em nada e acabei reatando meu casamento”, lembra.

Depois da primeira agressão, as lesões corporais se tornaram maiores e mais frequentes. “Vivo infeliz e penso em abandonar tudo. Mas como? Vou para onde? Com três filhos e sem salário não é fácil. Ele diz que vai tirar os pequenos de mim... Aprendi a não retrucar para não tornar a briga ainda maior”, desabafa. Joana arranjou um “bico” como costureira e tem a esperança que, com os filhos criados, seja mais fácil ir embora.

DEPENDEM DO MARIDO

De acordo com a escrivã do Cartório Maria da Penha da delegacia de Tijucas, Marinilsa de Souza Machado, 80% das mulheres agredidas dependem do agressor. “Elas não têm fonte de renda, fica muito mais difícil a separação. Também há o medo do marido ir preso e a casa ficar sem sustento”, afirma.  Ainda segundo Marinilsa, quase 90% das mulheres que procuram a delegacia sofrem agressão verbal ou corporal leve. “As que apanham mesmo têm medo de nos procurar”, constata.

CULPA DO ÁLCOOL?

O delegado de Tijucas, Pedro Mendes, garante que o maior número de denúncias de violência contra mulher são feitas na segunda-feira. “Os maridos enchem a cara no final de semana e batem nas mulheres. A delegacia fica lotada”, afirma. Segundo ele, 33% dos boletins de ocorrência da delegacia são pela Lei Maria da Penha. Mas são poucos os que vão para frente. “As mulheres fazem o boletim de ocorrência e depois se acertam com os companheiros e querem retirar a queixa. Eu não aceito mais. Se houve lesão corporal, eu toco o processo para frente”, garante.

A assistente social do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas), Cláudia Schmidt, afirma que o alcoolismo é o principal responsável pela violência doméstica. “Estatísticas demonstram que o risco de uma mulher sofrer agressão em sua casa é nove vezes maior do que na rua ou no local de trabalho. Em 85% dos casos, o cônjuge é apontado como o agressor mais frequente”, assegura. De cada 10 mulheres que ela atende no Creas, apenas duas procuram a delegacia. “Elas têm vergonha de denunciar. A sociedade ainda tem preconceito. Acha que a mulher apanha porque quer ou gosta. Não é verdade. Elas são dependentes e têm medo do desconhecido”, comenta.

As agressões contra mulher variam desde ameaça à lesão corporal. Denuncie (48) 3665-6560. Após a denúncia, o agressor tem 48 horas para sair de casa. Se descumprir a lei ou se aproximar da mulher, é pedida a prisão preventiva.

 

 

 

 

 

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