Junior começou a trabalhar aos 10 anos, lavando motos
CLÁUDIO EDUARDO DE SOUZA
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A Polícia Civil vai investigar a morte do empresário Henrique Junior Baixo, 36 anos. Ele sofreu um acidente de moto na última quinta-feira. A família registrou boletim de ocorrência em Tijucas, para que seja apurado as circunstâncias da colisão entre a moto de Junior e um micro-ônibus. Já em São José, o médico do helicóptero Arcanjo foi quem procurou a polícia para denunciar um colega de profissão que teria se negado a atender a vítima, que havia sido transferida para o Hospital Regional.
Era início da tarde de quinta-feira quando Junior passava de moto pela rua José Manoel Reis, próximo à entrada da Adec, no centro de Tijucas. Um micro-ônibus que transportava funcionários da empresa Portobello passava ao mesmo tempo pela via. No acidente (que vai ser investigado pela polícia), Junior foi parar embaixo do micro-ônibus. O capacete voou e ele sofreu forte impacto na cabeça. Foi atendido pelos bombeiros e levado para o hospital de Tijucas.
“Um amigo reconheceu que era ele e nos ligou. Fomos no local do acidente, mas eu não consegui ir olhar”, lembra a irmã de Junior, Ana Cláudia Baixo. Depois disso, a família seguiu para o hospital para ter notícias. Foram, então, avisados que, depois de estabilizado, ele passou a ter 50% de chances de sobreviver. Foi chamado o helicóptero Arcanjo e conseguido uma vaga no Hospital Regional, em São José, que teria mais recursos para atendê-lo. Enquanto Junior era levado de helicóptero, a família seguiu para São José. “A sogra dele, quando chegou, já viu a polícia. Foi ver do que se tratava e era porque o médico do Regional não queria deixar que ele entrasse no hospital”, conta Ana.
CASO DE POLÍCIA
“Quando nós pousamos, nos avisaram que não iriam receber o paciente. Ficamos lá 40 minutos aguardando a entrada desse paciente no hospital”, informou o médico do Arcanjo, Tenente Coronel Helton Zeferino. Junior, então, teve uma parada cardiorrespiratória enquanto estava no heliponto. Tentaram manobras de ressuscitação por 20 minutos. Mas ele não resistiu. Helton saiu dali direto para a delegacia. Fez o boletim de ocorrência por omissão de socorro. O médico do Regional acusado falou ao delegado que só se manifestaria em juízo. Um inquérito policial foi instaurado.
CONHECIDO NA CIDADE
Junior era um apaixonado por moto. Reunia nela o trabalho e o lazer. Começou a trabalhar aos 10 anos de idade, na época lavava motocicletas. E continuou. Jovem, há 15 anos abriu a própria oficina, a JR Mecânica de Motos. “Ele gostava muito do que fazia. A loja era a vida dele, sempre lutou por isso. E decidimos que não iremos fechar justamente para dar sequência ao sonho dele”, comenta Ana. Enquanto a polícia vai atrás de respostas para o que teria acontecido naquela quinta-feira, família, amigos e funcionários tentam conviver com a ausência de Junior – que era casado e tinha uma filha. A missa de sétimo dia acontece amanhã, às 19h30, na igreja matriz.
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