Hoje, todo esgoto, sem tratamento, desemboca no rio Tijucas
CLÁUDIO EDUARDO DE SOUZA
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Hoje todo o esgoto de Tijucas vai, praticamente do jeito que sai das residências e indústrias, direto para o rio que dá nome à cidade. A água acumula a poluição de anos. Agora, esse impacto ambiental deve ser reduzido. A previsão do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) é de que entre em funcionamento, no fim do mês que vem, a rede coletora que atenderá 65% da população urbana de Tijucas – o que representa cerca de 20 mil habitantes com esgoto tratado. A obra custou cerca de R$ 32 milhões aos cofres públicos, entre financiamentos e contrapartida do município.
O projeto da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Tijucas vem lá de 2008, ensaiou o início da implantação, mas acabou parando. Recomeçou, então, em 2013. Pelo impacto que causa na infraestrutura do município – principalmente por ter causado danos nas pavimentações dos 65 quilômetros por onde já foi concluído (restando apenas cinco quilômetros por fazer) – gera reclamações da população. Mas, o que esse transtorno vai trazer de melhoria para a cidade?
De acordo com o engenheiro sanitarista Valnei Beckhauser, o resultado não será visual. “Não perceberemos mudança na coloração da água, por exemplo. Mas na parte bacteriológica terá grande melhora. Hoje não temos dados, porque a análise é cara e sabemos as condições do rio, mas depois, com a rede em funcionamento, certamente faremos esse controle”, argumenta o engenheiro, destacando, ainda, que o rio Tijucas é fonte de alimento para muitas pessoas. E que cuidar da água seria uma forma de zelar pelo meio ambiente e também pela saúde.
COMO VAI FUNCIONAR?
Atualmente, a maioria das pessoas usa fossas para armazenar os detritos. No entanto, o poder de redução dos poluentes, em fossas devidamente higienizadas, é de 30%. Essa eficiência na Estação de Tratamento chega a quase 100%. Ou seja, antes de ser jogado no rio, o líquido tratado na ETE fica basicamente despoluído. Para isso, os usuários por onde a rede passar serão orientados – provavelmente no mês que vem – a abandonarem as fossas e fazerem a ligação na rede.
“Esperamos que todos tenham a consciência da importância e logo façam a ligação. Independente de fazerem ou não, por onde a rede passa, será cobrado pelo serviço”, comenta o diretor do Samae, Wilson Bernardo de Souza. Nestes casos, tão logo a rede esteja em funcionamento, a conta de água (que passa a ser também de esgoto) passa a ser dobrada. O usuário que consome R$ 50 em água, pagará R$ 100 para garantir o tratamento – e isso será gerado na fatura, mesmo que a ligação não seja feita.
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