Num sobrevoo, Silvano fotografou a mancha e postou nas redes sociais
CLÁUDIO EDUARDO DE SOUZA
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A preocupação que se espalhou pelas redes sociais, que compartilhava uma imagem aérea em que aparecia uma mancha negra vinda do rio Perequê e chegando à praia, no mês passado, se confirmou em relatório divulgado pela Univali: a mancha foi provocada por esgoto doméstico. E, de acordo com o laudo, há perspectiva de repetição do evento.
O estudo feito pela universidade indicou uma floração de microalgas, vinda da Lagoa de Perequê, como causa da acentuação da cor do rio. O caso, aponta o laudo, foi causado pela junção de quatro fatores: alta concentração de nutrientes inorgânicos, ambiente estagnado, alta temperatura e alta luminosidade. Segundo a avaliação, a tal concentração de nutrientes é resultado do lançamento de esgotos domésticos. A situação deverá se agravar e acontecer novamente nos próximos anos.
No pior dos cenários, aponta o relatório, a proliferação das algas pode levar à morte dos organismos aquáticos presentes no rio Perequê e em seus afluentes, bem como o aumento da ocorrência de doenças de veiculação hídrica. Os resultados dos estudos indicam, ainda, que o lançamento do efluente ocorre em diversos pontos no rio, vindo dos municípios de Porto Belo e Itapema. No entanto, na Estação de Tratamentos de Efluentes (ETE) de Itapema foi diagnosticada eficiência de remoção de quase 100% para coliformes totais.
CULPOU PORTO BELO
Lá no mês passado, a prefeitura de Itapema já havia soltado nota jogando a responsabilidade para a cidade vizinha, com o título: “Mancha do rio Perequê vem de Porto Belo”. Informaram que, por meio da Fundação Ambiental Área Costeira de Itapema (Faaci), estavam acompanhando todos os desdobramentos da mancha negra.
COMO FOI?
Num sobrevoo pelo nosso litoral, em meados de janeiro, Silvano Silva avistou uma mancha escura no mar, vindo da foz do rio Perequê. Fotografou e postou numa rede social, colocando na legenda que achava “lamentável ver a bela Costa Esmeralda manchada”. A imagem teve mais de 900 compartilhamentos e acendeu a discussão sobre as possíveis causas da mancha escura entre as águas de Porto Belo e Itapema.
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