“Quando abri a porta e vi tudo espalhado, a sensação foi de muita decepção”
CLÁUDIO EDUARDO DE SOUZA
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Osvaldina Batistotti Alves tem 75 anos. Escolheu viver no Lar Santa Maria da Paz, em Tijucas. E desde o início deste ano, ocupa parte do tempo trabalhando como vendedora no brechó do asilo – que fica anexo à instituição, no centro da cidade. Na manhã de segunda-feira, levou um susto. Todas as roupas do bazar estavam espalhadas. Alguém havia quebrado o vidro da porta, invadido o local e levado quase R$ 80 que havia guardado no caixa. As vendas do brechó servem para ajudar financeiramente o lar de idosos.
“Quando abri a porta e vi tudo espalhado, a sensação foi de muita decepção. A gente fica triste porque se esforça muito para conseguir ajudar, e vem alguém para fazer o mal”, comenta Osvaldina, que fez questão de logo arrumar a bagunça deixada pelo invasor para poder retomar o trabalho e atender os clientes que passavam pelo bazar de roupas usadas. O caso foi repassado à polícia.
Osvaldina é de Canelinha. Mas, ao longo das mais de sete décadas de vida, morou em muitas cidades. Em 2011, chegou no Lar Santa Maria da Paz. Depois, saiu. Foi para o estado de São Paulo morar com o filho. Mas não se adaptou. O clima lá, segundo ela, era bem diferente daqui. “Cabe a gente decidir o que é melhor para nós. Vim porque acho que o lar é o lugar certo para a gente ficar sem incomodar ninguém. Meu filho sempre me liga para saber como estão as coisas”, conta, garantindo que não se sente abandonada.
O trabalho é um prazer, diz ela. “Como em qualquer serviço, às vezes fico estressada. Mas isso faz parte. Nunca tive medo de trabalhar no brechó. Quando vem alguém mais alterado, eu converso, tento ajudar, falo ‘filho, deixa dessa vida!’... E eles me escutam, respeitam”, ressalta Osvaldina. O bazar que vende roupas usadas a preços bem acessíveis abre durante a semana, das 8h30 às 11h e das 14h às 17h. Para quem tiver roupas para doar, basta procurar o Lar Santa Maria da Paz ou ligar no (48) 3263-1176.
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