Advogado diz que não houve delação premiada, mas que Eder falou toda a verdade
CLÁUDIO EDUARDO DE SOUZA
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Soltos dois dias após terem sido presos pelo Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), os vereadores de Tijucas investigados na “Operação Iceberg” participaram da sessão da Câmara na última segunda-feira. Delegado responsável pela apuração das supostas irregularidades no pagamento de diárias, viagens e cursos de 2013 a 2015 não descarta a possibilidade de investigar as contas de anos anteriores.
Em entrevista ao jornal DAQUI, Walter Watanabe disse não poder confirmar se fará novas diligências pela Iceberg. “Por enquanto foi investigado a atual legislatura. Com relação aos anos anteriores, vamos analisar ainda para ver se não tem condutas que prescreveram”, argumentou o delegado da Divisão de Crimes Contra o Patrimônio Público (DCCPP). Além dos vereadores Eder Muraro (DEM), Luiz Rogério da Silva (PMDB) e Sérgio Murilo Cordeiro (PMDB), Watanabe comentou que quatro empresários do curso suspeito, em Curtiba/PR, também tiveram a prisão temporária suspensa. Apenas uma quinta pessoa, que seria um dos donos do curso, estava detido no início da semana, justamente por ter sido o último a se apresentar à polícia.
Os três parlamentares de Tijucas foram presos por serem os três últimos presidentes do Legislativo, portanto, responsáveis pelas contas da Câmara. Eles são investigados por terem liberado o pagamento de diárias para funcionários e parlamentares fazerem cursos, que são suspeitos de não existirem, na capital paranaense. O prejuízo aos cofres públicos estimado pela polícia é de mais de R$ 500 mil.
DELAÇÃO PREMIADA?
Márcio Rosa, advogado de Serginho e Eder diz que o delegado chegou a pedir a prorrogação da prisão temporária por mais cinco dias, mas que conseguiu a liberação dos vereadores ao argumentar que eles não estariam atrapalhando as investigações e que considerava a prisão desnecessária. Com relação à oferta de delação, Márcio explicou que não foi preciso. “No segundo depoimento do Eder, eu não estava presente. Mas não houve a delação premiada. Ele apenas falou toda a verdade”, afirmou o advogado.
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