(fotos Abre e Detalhe – ARQUIVO PESSOAL)
Na jornada, passaram pelo Deserto do Sal e foram até Machu Picchu.
CLÁUDIO EDUARDO DE SOUZA
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Até onde você iria dentro de um Fiat Uno 97 sem reclamar do desconforto? Quatro jovens de Tijucas resolveram encarar uma viagem pelas estradas da América do Sul de automóvel. Saíram daqui no começo do mês passado e ficaram três semanas fora. Depois de passar pela Argentina, Chile, Bolívia e Peru, engana-se quem pensa que o cansaço fez com que eles se arrependessem da aventura a bordo do Uno. Garantem que fariam tudo de novo.
Fabiano Silezio da Silva já percorreu alguns lugares do mundo. Inclusive, há dois anos, fez um “mochilão” por toda Argentina e Chile. Na ocasião, foi sozinho. Agora queria nova aventura, mas acompanhado. E conseguiu parceiros para a empreitada: o irmão Juliano e os amigos Jean e Gabriel. Partiram de Fiat Uno 97. Em três semanas de viagens, gastaram, cada um, pouco mais de R$ 3 mil. Os “mochilões” ou as “road trips” têm a economia como uma das características.
Dono do carro, Fabinho diz que o Uno estava em boas condições para a viagem. Antes da partida, fizeram revisão, por garantia. “Consideramos isso parte da aventura também. Seria muito fácil se fosse com um 4x4. Aceitamos esse desafio de rodar com um Uno pela América do Sul. Em certo ponto da Bolívia eu pensei que o carro não iria aguenta. Ele começou a se despedaçar. Perdemos duas calotas, caiu o retrovisor central, a buzina, a descarga... Meu medo era de ter algum problema mecânico grave”, confidencia. No entanto, a autodestruição do Uno parou tão logo eles deixaram a capital boliviana.
QUASE CONGELARAM
Quando se está na estrada, o relógio pode ser um inimigo. Foi o que aconteceu com o grupo de aventureiros de Tijucas ao chegarem na fronteira entre a Argentina e o Chile. Estacionaram lá às 23h50, mas o atendimento era até as 23h. O jeito era ficar por ali, numa altitude de aproximadamente 4 mil metros, e esperar. Sabiam que a temperatura, na madrugada, cairia drasticamente. Foi o que aconteceu.
“Devia estar uns -10ºC e não tinha hotel por ali. Tentamos dormir no carro com o ar quente ligado, mas não era suficiente. Armamos a barraca, colocamos todos os cobertores e ainda usando roupas pesadas para o frio. Nada era suficiente. Passamos praticamente a noite inteira acordados, tremendo de frio”, conta Fabinho. Só quando amanheceu, arrumaram as coisas e fizeram os trâmites para cruzar a fronteira. Mais aquecidos, foram embora. A viagem estava só começando.
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