Reconstituição do crime foi feita com base no relato de suspeito preso.
Paulo Henrique era daqui, mas morava em Florianópolis.
CLÁUDIO EDUARDO DE SOUZA
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A Polícia Civil de Tijucas concluiu o inquérito do assassinato, há pouco mais de um mês, do empresário Paulo Henrique Bayer Campos, 52 anos. Dos quatro suspeitos pelo crime, dois já estão presos. Outros dois são considerados foragidos. Pela conclusão das investigações, Paulo Henrique teria ido contratar os serviços de um matador de aluguel. Mas foi confundido com um policial e assassinado. O corpo dele foi carbonizado na carroceria da própria caminhonete.
Semana passada, a Polícia Civil fez a reconstituição do crime com base no relato de um dos suspeitos. Segundo o delegado Pedro Henrique Mendes, John Willian Pedroso, 22 anos, não teria revelado muito aos investigadores. Só ouviram os detalhes do crime quando Adriel Rodrigues Lopes, 18, foi preso.
Paulo Henrique teria ido até a comunidade da Aldeia, no bairro Praça, atrás de alguém para matar um cunhado com quem tinha uma briga, por causa de herança familiar. “Ele chegou perguntando pelo John Willian. Ele estava procurando um matador de aluguel, segundo o relato de um dos presos”, conta o delegado.
COMO ACONTECEU?
Com base no depoimento de um dos suspeitos do crime, era entre 14h e 15h do dia 28 de setembro quando Paulo Henrique deixou o carro num mercado na Aldeia. Caminhando, seguiu até um barraco, numa viela da rua Capitão Amorim. Chegou perguntando por John Willian e dizendo que queria contratar um matador de aluguel. A conversa nem teria se desenvolvido.
Pouco antes da chegada do empresário, o grupo de rapazes teria visto duas viaturas da Polícia Militar passando pela redondeza. Quando Paulo Henrique chegou, acreditaram que seria um policial disfarçado. Logo começou o espancamento. E teriam o assassinado com três tiros na cabeça. “Eles acharam que ele era uma isca para a polícia dar um atraque lá”, comenta o delegado. Além de John Willian e Adriel, ele diz que dois suspeitos já são considerados foragidos. Não revela o nome, mas garante que são todos maiores de idade (um morador da Praça e outro da cidade de Navegantes).
AINDA UM MISTÉRIO
De acordo com Pedro, como o corpo da vítima estava todo carbonizado quando foi encontrado numa via do interior de Tijucas, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) não conseguiu precisar a causa da morte. Apenas confirmaram que Paulo Henrique já estava morto quando colocaram fogo no corpo.
“Achamos que foram três tiros na cabeça com base nos relatos, porque a causa da morte foi indeterminada”, ressalta o delegado. Contudo, ele diz que durante a reconstituição do crime, a perícia encontrou apenas uma gota de sangue – que foi coletada para a análise –, o que seria desproporcional para um homicídio com três disparos na cabeça. “Segundo a perita, era para ter muito mais sangue no local. Uma gota não seria compatível com os três tiros. Isso ainda é um ponto de interrogação”, salienta.
BRIGA DE FAMÍLIA
“Em princípio, o motivo seria uma herança que gerou briga ferrenha entre alguns parentes. Seria uma briga que se arrasta desde 1992 por uma ilhota em Bombinhas, avaliada em R$ 17 milhões”, destacou o delegado. Paulo Henrique era funcionário público aposentado e empresário em Florianópolis. Apesar de ser daqui, de família tradicional de Tijucas, morava na Capital.
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