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A morte prematura de César Luiz dos Anjos Neto, aos sete meses, além de comover a cidade, serviu de alerta. O bebê faleceu após contrair meningite pneumocócica, um tipo mais grave da doença. Ele foi o único caso de óbito por meningite neste ano no município. Outras sete pessoas foram contaminadas pela meningite viral. Um menino de dois anos foi internado ontem, mas está com o quadro de saúde estável.
De acordo com a responsável pela Vigilância Epidemiológica de Tijucas, Mônica da Silva Goerdet, até agora quatro adultos e quatro crianças foram contaminadas no município. Em 2014, houve apenas dois casos. Apesar do aumento nas estatísticas, segundo ela, não há um surto da doença. “Os casos não tem relação entre si. Foram registrados em datas, locais e por bactérias diferentes”, esclarece.
A infectologista pediatra do Hospital Infantil Joana de Gusmão, Florianópolis, Dra. Sônia Maria de Farias, explica que o tipo de meningite que atingiu o pequeno César Neto não é contagiosa. “Há mais de 90 bactérias que podem desencadear a meningite. A vacinação protege contra a maior parte dessas bactérias, mas não todas. O caso dele foi atípico” comenta.
Correu para vacinar
Após o falecimento de César Neto, a estudante Elen Cristini Domingos, 27 anos, correu para vacinar o filho Miguel de dois anos. “Ele estava com o calendário do SUS em dia. Mas liguei para o pediatra e ele orientou que o Miguel tomasse outra vacina, que não está disponível no SUS”, afirma. Na rede particular, são necessárias aplicar duas doses da vacina. Cada uma custa R$ 550.
De acordo com a Dra. Sônia, o procedimento não é necessário. “O importante é manter o calendário de vacinação em dia. O SUS oferece todas as vacinas necessárias para as crianças”, esclarece. No SUS, os bebês tomam três vacinas que previnem a meningite, aos dois, quatro e seis meses de vida.
Barbara sobreviveu
A estudante de jornalismo, Bárbara Porto Marcelino, 20 anos, teve meningite meningocócica, também bacteriana, ao um ano e meio de vida. Ela ficou na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) por três dias e perdeu a audição do ouvido esquerdo. A mãe, Débora Porto Marcelino, conta que a menina não apresentou sintomas. “Ela só mexia com os olhos. Não chorava, apenas saía lágrimas”, lembra. Assustada, Débora logo levou a filha ao médico. “Cheguei ao hospital meio dia. Eles fizeram os exames, mas até então ela não tinha sido diagnosticada com meningite. Me mandaram voltar no outro dia caso ela não melhorasse. Mas voltei às 18h e, naquele horário, ela já foi confirmada a doença”, conta.
A agilidade no diagnóstico é fundamental para a cura dos pacientes. A orientação da Vigilância epidemiológica é que os pais já procurem o médico logo aos primeiros sintomas que são, febres, dor de cabeça, vômito, rigidez na nuca, irritabilidade e manchas vermelhas na pele.
O que é meningite?
A meningite é a inflamação das meninges, membranas que protegem o cérebro e a medula espinhal. Pode ser causada por vírus, fungos, bactérias, protozoários e também por agentes não infecciosos. As meningites causadas por bactérias são muito graves, e se não forem tratadas a tempo podem deixar sequelas graves e até levar à morte.
Precações
Mantenha todos os ambientes bem ventilados e, se possível, ensolarados, principalmente, salas de aula, quartos, locais de trabalho e transporte coletivo;
Lave as mãos frequentemente com água e sabão;
Mantenha higiene rigorosa com pratos, talheres, mamadeiras e chupetas;
Evite transitar com crianças em ambientes fechados e mal ventilados.
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