Há pouco mais de dois meses, a vida da faxineira Lucinéia Helena Haskel, 34 anos, mudou completamente. Tinha dado a luz ao segundo filho fazia pouco tempo, quando sofreu um acidente de carro. Perdeu o movimento das pernas e, junto, a independência. Agora, precisa de ajuda para realizar as tarefas do dia a dia. A família faz dois apelos: que as pessoas sejam solidárias para que ela consiga realizar os tratamentos médicos que precisa e que, caso alguém tenha pistas sobre o caminhão que causou o acidente, que conte à polícia.
Era 11 de agosto deste ano, pouco depois das 19h30. Lucinéia estava na carona. O marido Wilyans da Silva, 33 anos, era quem dirigia. OS filhos – um de sete anos e outro de quase três meses de idade – estavam na parte de trás do carro. Vinham pela BR-101 sentido sul/norte. Estavam pouco depois do bairro Morretes, antes de chegar à ponte de Tijucas, quando aconteceu o acidente. “Um caminhão encostou na nossa traseira. Eu tentei acelerar, mas ele continuou indo para cima e bateu. Nosso carro saiu da pista e capotou”, conta Wilyans.
O caminhão que teria causado o acidente sequer parou para prestar socorro ou chamar ajuda. Wilyans chegou a perder os sentidos. Lucinéia não sentia as pernas, mas continuava consciente. De dentro do carro, pedia ajuda. “Logo apareceu um senhor que segurou minha cabeça até o resgate chegar e tirou as crianças. Eu tinha medo que elas continuassem no carro, porque poderia pegar fogo”, lembra a faxineira – que na época do acidente estava de licença-maternidade.
O carro deu perda total. O marido e os filhos foram levados para o hospital São José, de Tijucas (o de sete anos quebrou a perna), já Lucinéia foi encaminhada de imediato para o Regional, em São José. “Tive que esperar dois dias para fazer a cirurgia. Eu quebrei e desloquei a coluna e amassei uma vértebra”, recorda. Agora, já em casa, ela conta com a ajuda da família para fazer as tarefas do cotidiano na casa e cuidar dos filhos. “Se alguém tiver pistas desse caminhão, avise à polícia. Isso não pode ficar impune. Como fez conosco, ele pode fazer com outros carros”, comenta Wilyans. Há inquérito instaurado na Polícia Civil de Tijucas.
TRATAMENTO
Só este mês, com remédios, o gasto da família foi de R$ 800. Para conseguir assegurar a fisioterapia três vezes por semana e para o atendimento psicológico, não conseguiram pelo sistema público. Precisam pagar as consultas. “Tenho que ir também num neurologista. E quero encaminhamento para tentar ir para o hospital da Rede Sarah, que todos os profissionais me disseram ser o de referência para tratar esse tipo de lesão que eu tive”, afirma.
Desde o acidente, Lucinéia não conseguiu mais amamentar o caçula. A alimentação passou a ser com leite em pó. Seja para a compra de remédios, pagamento de consultas ou para comprar o leite, a família precisa contar com a solidariedade das pessoas. Quem, de alguma forma, quiser colaborar, pode procurar a família na rua Coronel Conceição, 985, no centro de Tijucas, próximo ao Corpo de Bombeiros.
CHEIA DE FÉ
“Não tem dia fácil. Cada dia que passa me sinto mais abalada, como se, só agora, eu estivesse caindo na realidade”, revela Lucinéia. Ela passa os dias deitada. Para tudo, precisa pedir auxílio dos outros. “Tudo é muito estranho e diferente. Eu fazia tudo sozinha, era independente. Agora preciso de ajuda para tudo!”, ressalta a faxineira. A única coisa que não perde é a fé de que irá superar e, logo, ter de volta a independência. Está disposta a lutar para ter uma vida normal ao lado da família.
|