Passava das 7h da manhã de domingo quando a Polícia Militar encontrou um corpo às margens da avenida Emília Ramos, a P4, via de acesso a algumas comunidades do interior de Tijucas. Um crime brutal. O homem tinha as pernas e braços amarrados pela própria roupa. E a cabeça desfigurada por golpes de pedra. Foi o segundo homicídio no município em menos de um mês.
O corpo foi identificado, mais tarde, pelo irmão da vítima. Era Antônio Soares, 37 anos. Nascido em Tijucas mas, vivia em Biguaçu. Recentemente, tinha voltado para cá, para morar na casa da mãe. A Polícia Civil investiga o caso. “O irmão nos relatou que ele estava sempre em bares, bebia muito. Acreditamos que tenha sido por alguma discussão em algum desses bares”, comenta o delegado Pedro Henrique Mendes.
Por enquanto, a polícia trabalha com a hipótese de que mais de uma pessoa cometeram o crime. Segundo o delegado, Antônio tinha diversas passagens (por furto, Maria da Penha, estupro e adulteração de sinal automotor). Contudo, como não foram passagens recentes, acredita que a morte não tenha sido em retaliação a nenhum destes delitos. O carro de Antônio foi encontrado, mais tarde, abandonado no centro da cidade. A polícia procura por pistas em imagens de câmeras de segurança da redondeza.
O ÚLTIMO CRIME
Duas semanas antes de Antônio, foi encontrado um corpo, amarrado com um fio de aço pelo pescoço na carroceira de um veículo. O caso aconteceu no interior de Tijucas, entre os bairros Timbé e Itinga. Agora, segundo o delegado, saiu o exame de DNA que confirmou que a vítima era mesmo o funcionário público aposentado e empresário Paulo Henrique Bayer Campos, 52 anos. “A maioria dos familiares dele já foram ouvidos. Em princípio, o motivo seria uma herança que gerou briga ferrenha entre alguns parentes. Seria uma briga que se arrasta desde 1992 por uma ilhota em Bombinhas, avaliada em R$ 17 milhões”, revela Pedro.
CASO SÉRGIO
Este ano, foram registradas oito mortes – seis homicídios, um latrocínio (que é o roubo seguido de morte) e um caso que, inicialmente foi tratado como assassinato, foi revisto pelo delegado que agora considera como lesão seguida de morte. Há três meses, Sérgio Régis, 45 anos, foi agredido por um primo, durante um desentendimento, no bairro Praça. Foi para o hospital e, na mesma noite, morreu. Com o andamento das investigações, o delegado confirmou que o primo de Sérgio só havia dado um soco no rosto – mas que a agressão provocou uma hemorragia interna devido às lesões de uma anomalia que ele tinha desde a infância. Inicialmente, haviam levantado a possibilidade de Sérgio ter sido agredido a pauladas. “O autor demonstra ter problemas mentais. Vou concluir o inquérito e encaminhar ao fórum. Caso haja condenação, ele não deve ser preso. Deve ser internado ou receber algum tipo de tratamento”, destaca o delegado.
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