O preço gasolina deve subir ainda mais no Vale do Rio Tijucas. Até o final do mês, o litro deve ficar oito centavos mais caro. Hoje o valor médio praticado nos postos da região é de R$ 3,14. Mas não é apenas o reajuste que vai pesar no bolso do consumidor. Os motoristas vão gastar mais com a elevação do teor de álcool na gasolina, que faz o combustível render menos e aumenta em 4% o consumo dos carros.
O acréscimo no preço é reflexo da elevação de impostos (PIS/Cofins/Cide) pelo Governo Federal. Com isso, o combustível sai R$ 0,22 mais caro das refinarias e o aumento é repassado à população. A gasolina já sofreu um reajuste de 10,3% este mês. Com nova alta prevista, a gasolina deve ter o maior reajuste da história de Santa Catarina, beirando a média de R$ 3,40.
De acordo com o presidente do Sindicato do Comercio Varejista de Derivados do Petróleo do Litoral Catarinense e Região (Sincomércio), Giovani Testoni, o mercado está apreensivo com a base cálculo de ICMS do Governo do Estado. É ele que vai aumentar o preço do combustível. “Para cobrar o imposto, o governo faz uma média estadual. Hoje a gasolina custa R$ 3,70 no oeste e aqui, R$ 3,20. O governo cobra o imposto em cima da média, ou seja, R$ 3,45”, explica. Segundo Testoni, os donos de postos de combustíveis não conseguem fugir do repasse aos motoristas. Além disso, não há uma tabela que regule o valor. “Em cidades com maior concorrência, o preço tende a ser menor”, alerta.
TEM VARIAÇÃO
Em uma pesquisa de preços realizada pelo Jornal DAQUI, o litro de gasolina mais barato praticado em Tijucas é R$ 3,09, enquanto o mais caro é R$ 3,19. Ou seja, em um estabelecimento o motorista gasta R$ 159,50 para abastecer 50 litros e no outro R$ 154,50, uma economia de um litro e meio de combustível.
Apesar do reajuste, o preço na cidade ainda é um dos mais baratos praticados na região, com uma média de R$ 3,14. O revendedor de produtos de limpeza, Carlos Clemes Batista, morador de Major Gercino, só abastece o carro em Tijucas. “Por enquanto, aqui está mais barato que lá”, afirma. Ele está revoltado com a alta do combustível. “Trabalho com o carro. Desse jeito sou obrigado a aumentar os preços dos meus produtos também”, lamenta.
O proprietário de um posto de gasolina da cidade, Chiquinho Filho, alerta que, além do encarecimento das bombas, o governo vai aumentar o teor de álcool na gasolina de 25% para 27,5%. Toda vez que se adiciona etanol, o consumo aumenta e o rendimento energético cai. Com mais álcool na gasolina, os carros rendem até 4% menos.
|