Está para completar três meses que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) está de greve. E a paralisação, tida como parcial em Tijucas, já atinge pessoas que precisam passar por perícia médica. Na última assembleia dos grevistas, foi decidido pela continuação do movimento. Os trabalhadores pedem, entre outras coisas, por um aumento salarial de 27,3%. Não há expectativa de quando a greve acabará.
O recepcionista Marcelo Ramos tem 42 anos. É contribuinte do INSS e, justo agora que precisou, teme não conseguir o benefício a que tem direito por conta da paralisação dos funcionários do instituto. Há um mês ele passava pela SC-410, no bairro Nova Descoberta, quando se perdeu num desnível do asfalto e caiu. Na queda, quebrou cinco costelas e perfurou pulmão e fígado. Passou por cirurgia e agora, medicado, está em fase de recuperação.
Marcelo tinha marcado perícia médica para semana passada. Apesar das dores, foi levado de carro até a agência do INSS em Tijucas. Ao chegar lá, foi informado que não seria atendido por conta da greve. “Só o trajeto até lá, com as dores que estou, já foi um sofrimento. E no final ainda não fui atendido. Isso vai atrasar tudo. Sem pagamento como vou fazer para pagar as minhas contas e comprar meus remédios?”, indaga o recepcionista.
MOVIMENTO GREVISTA
“Estamos em greve para denunciar todo esse descaso do governo com os setores públicos e a falta de políticas que realmente beneficiem a população”, dizia um trecho do material entregue pelos servidores em greve, na frente da agência, quando o movimento começou, no início de julho. O material ainda listava as causas pelas quais lutam INSS, Anvisa e Ministério da Saúde: redução da jornada de trabalho para 30 horas para todos, incorporação das gratificações aos salários, concurso público, melhores condições de trabalho, paridade entre ativos e aposentados e fim do assédio moral nos locais de trabalho.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência do Serviço Público Federal em Santa Catarina (Sindprevs/SC), além das causas comuns entre os servidores federais, os do INSS ainda lutam pela correção de 27,3% no salário – seis a mais do que o proposto pelo governo. Pedem, também, a revogação das Medidas Provisórias que reduzem o seguro-desemprego, o auxílio-doença, a pensão por morte e o seguro-defeso.
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