De janeiro do ano passado até hoje, a Câmara de Vereadores de Tijucas liberou quase meio milhão de reais para custear viagens de vereadores e funcionários do Legislativo. Somente nos oito meses deste ano, foram gastos R$ 230 mil entre diárias e passagens aéreas, conforme consta no Portal da Transparência do Município – que pode ser acessado livremente nos sites do Legislativo e da prefeitura. Os números atraíram a atenção do Ministério Público de Santa Catarina, que já instaurou inquérito para apurar se há qualquer irregularidade na liberação de dinheiro público.
De acordo com o promotor Luiz Mauro Cordeiro, o inquérito civil está em andamento. “Foram requisitadas informações sobre as diárias pagas a servidores e vereadores no ano de 2014, assim como as cópias das prestações de contas dos cursos realizados. Agora, pretendo requisitar a relação das diárias pagas em 2015 e as respectivas prestações de contas”, comenta o representante do Ministério Público. Ele explica que, como a documentação ainda está sob análise da Promotoria de Justiça, não pode revelar mais detalhes sobre o inquérito.
Em menos de dois anos, o total liberado para pagamento de diárias e passagens dos parlamentares e de alguns funcionários somou R$ 476.474,72. Quase metade do valor foi destinado aos vereadores, mas a fatia maior ainda foi para os servidores. Há caso de empregado da Câmara que, sozinho, recebeu mais de R$ 20 mil.
DESTINO PRINCIPAL
A viagem que é feita com mais frequência pelos parlamentares – como também por parte dos funcionários do Legislativo – é para o Paraná. Vão até a capital fazer cursos e, para casa ida, recebem a diária de R$ 2.640,00. Este ano, por exemplo, de 33 viagens feitas pelos vereadores para fora de Santa Catarina, 31 foram para fazer treinamento em Curitiba. E não há, dentre os vereadores que ocupam, atualmente, as 13 cadeiras da Câmara, um que não tenha ido para Curitiba este ano.
OUTRO LADO
Apesar de a Promotoria de Justiça afirmar que já solicitou documentos à Câmara de Vereadores com as devidas prestações de contas de cada viagem e cursos bancados com dinheiro público, o presidente do Legislativo, Éder Muraro (DEM), preferiu não se manifestar sobre o assunto.
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