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Valdir Luiz Muller
Idade: 70 anos
Seu Valdir é o fotografo com mais tempo de atuação em Tijucas.
Ele iniciou na profissão há 58 anos e até hoje fotografa
alguns eventos especiais. Ele acompanhou o processo de
evolução da fotografia e superou as dificuldades
da transição das fotos analógicas para as digitais.
As câmeras mudaram, as lentes evoluíram, os filmes sumiram. As fotos ganharam cores. O trabalho, outrora manual, agora é automático. A imagem não precisa mais ser revelada para ser vista. Valdir Luiz Muller, 70 anos, acompanhou todo esse processo. Segundo ele, com a tecnologia muita coisa mudou. Menos a paixão pela fotografia.
Valdir começou a fotografar ainda menino, aos 12 anos. Para aprender o ofício, trabalhou de graça e aprendeu todos os macetes da profissão. “Depois disso, fiz até curso para contador. Mas o que eu queria mesmo era fotografar”, conta. Quase seis décadas atrás as máquinas fotográficas eram privilégio de poucos. “Lutei muito para comprar a minha. Consegui equipamento para trabalhar aos 24 anos. Foi ai que abri minha empresa e me casei”, recorda.
Seu Valdir lembra a dificuldade de ser fotógrafo em um tempo com pouca tecnologia. “Revelar as fotos em preto e branco é 99% mais difícil que as coloridas”, conta. Mas os problemas não paravam por ai. “As câmeras de antigamente só batiam 12 fotos por vez. Em formaturas eu sempre estava com outras penduradas no pescoço para usar quando acabasse o filme”, lembra.
Com poucos cliques, o fotógrafo tinha que ser preciso. “Não havia visor e eu não podia errar. Tinha que calcular se tudo estava certo. Já pensou perder as fotos de um casamento?”, indaga. Por falar nisso, seu Valdir acredita que seja o responsável por eternizar em imagens a maioria dos casamentos da cidade. “Muitos casais que fotografei o enlace, querem que eu vá fotografar as bodas”, orgulha-se.
A frente do tempo
Além de registrar os risos e as lágrimas dos casamentos, seu Valdir era muito requisitado pelos políticos. “Trabalhava em muitas inaugurações e eventos públicos. Pelas minhas lentes fotografei grande parte da história recente de Tijucas”, conta, orgulhoso. Além da precisão dos cliques, seu Valdir tinha outro diferencial: um segredinho bem comum nos dias de hoje. “Eu fazia photoshop nas fotos. Desenvolvi uma técnica que, com grafite, riscava os negativos e removia todas as rugas. Os prefeitos adoravam minhas fotos”, diverte-se.
Além dos retoques, seu Valdir também fazia montagens de fotos manuais. “Era procurado por pessoas de toda a região”, lembra. O único arrependimento de seu Valdir, nessas décadas de trabalho, foi não ter revelado algumas fotos antigas de Tijucas. “Eu vi a história, mas não revelei as fotos. Deixei em negativos que a enchente levou”.
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