A santa que dá nome à capela do bairro da Praça, em Tijucas, é também a padroeira dos pescadores. No último final de semana, aconteceu a festa de Nossa Senhora dos Navegantes. Ao contrário dos demais anos, desta vez a imagem não foi levada em procissão pelo rio Tijucas. Uma decisão da organização, por questões de segurança. Mesmo assim, fiéis conduziram a santa, caminhando, até as margens do rio. Foi dada a benção às embarcações, apesar da pequena participação dos pescadores no festejo.
Jurema de Souza, 53 anos, não pesca. Mesmo assim, é devota de Nossa Senhora dos Navegantes. Na manhã do último domingo, quando aconteceu a caminhada com a imagem da santa, ela estava entre os fiéis que acompanharam a procissão. “Desde que eu me conheço por gente, participo. É uma devoção que vem de família, além de ser a padroeira do meu bairro da Praça”, comenta.
Uma das razões de, este ano, não ter a procissão de barcos pelo rio Tijucas foi um acidente que ocorreu no ano anterior. Um trapiche caiu quando dezenas de fiéis tentavam subir no barco que conduziria a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes. Vários caíram na água. Jurema era uma destas pessoas. “Na hora levei um susto. Mas depois até achei divertido. Mesmo cheia de lama e toda molhada, continuei acompanhando a santa até o fim da procissão”, recorda. Ela diz que, se voltar a ter a manifestação pelo rio, irá participar.
POUCOS PESCADORES
Segundo um dos organizadores da festa, Luiz Antônio Maurício, a participação das famílias – principalmente do bairro da Praça – foram de acordo com as expectativas. No entanto, destaca a ausência dos pescadores. “A classe está muito desunida. Nem da missa participaram. E a devoção tem que partir deles, não podemos forçar ninguém a ter fé. A festa só acontece porque muitas famílias do bairro, que nem são pescadores, são bem devotos à Nossa Senhora dos Navegantes”, salienta Totonho.
FESTA CENTENÁRIA
Pela tradição católica, a festa é celebrada no dia 2 de fevereiro. Mas, em Tijucas, os festeiros costumam comemorar o dia da padroeira em agosto. O primeiro festejo realizado por aqui para a santa que protege os pescadores foi em fevereiro de 1900. E não foi na comunidade da Praça. A celebração aconteceu numa capelinha antiga que ficava na praça 4 de maio (hoje Getúlio Vargas), em frente da Rádio Vale, no centro da cidade.
|