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As notícias se repetem. Só muda o endereço. Estabelecimentos comerciais de Tijucas sendo arrombados para a entrada de criminosos, muitas vezes para levar produtos ou dinheiro que são menores do que o tamanho do prejuízo para o conserto das portas ou vidraças quebradas. A orientação da Polícia Militar, para agora, é de que os comerciantes providenciem grades. Esta foi uma das soluções apontadas durante uma reunião feita na última sexta-feira, promovida pela Associação Comercial e Industrial de Tijucas (Acit) e pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL).
“Estamos preocupados. Somos uma cidade pacata por natureza, mas estamos recebendo uma invasão de meliantes nunca vista”, comentou o presidente da Acit, Rogério Souza, um dos propositores do debate entre empresários e lideranças da segurança pública da cidade. Outro que propôs a audiência foi o presidente da CDL da cidade, Luciano Spengler, que, pouco antes, havia sido vítima da criminalidade. “Mês passado um cidadão entrou na minha loja, rendeu minhas funcionárias e levou o dinheiro do caixa. Agora fui furtado. Quebraram, entraram e levaram R$ 100, mas deixaram um prejuízo de R$ 2 mil”, relatou.
O QUE DIZ A POLÍCIA?
O comandante da PM de Tijucas, capitão Sebastião Vieira, defende que a segurança não é exclusividade da polícia. E pede que os comerciantes, principalmente, adotem medidas para evitar ocorrências como as que têm acontecido recentemente. Ele acredita que colocar grades nas vidraças seria uma boa forma de prevenir a ação dos bandidos. “Posso ter um policial em cada esquina, mas vai continuar acontecendo se não tomarem medidas preventivas”, argumentou aos empresários.
Já o delegado da cidade, Pedro Henrique Mendes, reclamou da impunidade por conta da legislação. “O cara que furtou seu estabelecimento, amanhã vai estar na rua!”, alertou. Ele ainda chamou atenção para um dado considerável, que mostra uma deficiência na Polícia Civil. Segundo o delegado, todos os dias são registrados cerca de 60 boletins de ocorrência, sendo que uns 40 são por crimes. No entanto, há apenas um investigador à disposição.
TEM SOLUÇÃO?
O proprietário da loja Moda e Romance, Wilmar Duarte Gomes, que havia sido arrombada dois dias antes da reunião dos empresários, admitiu que não possui grades nas vitrines e que irá providenciar. Contudo, não acredita que esta seja a solução. “Quando não tiver lojas com vulnerabilidade, começarão a assaltar as pessoas nas ruas. Temos que tomar cuidado com medidas paliativas. Remédios funcionam para o momento, mas temos que atacar a causa, que é social”, justificou.
Na mesma audiência, representantes das duas Promotorias de Justiça da cidade adiantaram que será instaurado um inquérito civil pelo Ministério Público para diagnosticar e buscar soluções para os problemas de segurança pública no município.
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