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Quase vizinho dos casarões já reformados das famílias Bayer e Gallotti, dia após dia o prédio do Cine Theatro Manoel Cruz se encaminha para as ruínas. Mas, agora, decisão judicial pode forçar que a edificação história, no centro de Tijucas, seja restaurada. Atendendo ao pedido feito pelo Ministério Público, a justiça determinou que a Fundação Catarinense de Cultura (FCC) apresente, em 120 dias, um projeto para a restauração. Depois, a FCC e os seis herdeiros do imóvel terão 90 dias para executar a reforma. Ainda cabe recurso.
O Cine Theatro é um antigo imóvel localizado na rua Coronel Gallotti. Na década de 1930, foi uma das principais casas de dança do interior do Estado e palco de espetáculos de grandes companhias teatrais da época. Além disso, foi no Manoel Cruz que os catarinenses assistiram aos filmes mudos, acompanhados de orquestras musicais. Somente em 1932 começaram as exibições de filmes falados.
Mesmo diante da importância histórica, o imóvel – que é tombado como patrimônio de Santa Catarina - ficou abandonado. Atualmente, chega a ser ponto para usuários de drogas e moradores de rua. Com base nisso e num relatório do Corpo de Bombeiros que denuncia o eminente risco de desabamento, a 2ª Promotoria de Justiça de Tijucas ajuizou ação civil pública para obrigar os responsáveis a zelarem pelo bem histórico.
VÃO ACOMPANHAR
O prefeito Valério Tomazi afirmou que já havia feito reuniões com os herdeiros e também com o governo estadual para tentar alguma forma de garantir o restauro do prédio. “É uma propriedade privada. A família quis vender, mas nós só podíamos oferecer a eles um valor simbólico. Eles não aceitaram”, conta. Agora com a decisão judicial, o prefeito diz que irá novamente procurar a FCC para ter conhecimento de como serão os encaminhamentos para a reforma e ver de que forma o município pode ajudar.
Francisco Carlos Wollinger é filho de uma das herdeiras da edificação e quem representa a mãe nos assuntos relacionados ao Cine Theatro. “Tivemos uma reunião com o prefeito. Na ocasião pedimos um valor para vender o imóvel, mas ele só nos ofereceu 10% do que pedimos”, ressalta. Ele diz que, por enquanto, ainda não foi informado de decisão judicial e, portanto, não sabe como a família irá proceder.
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