A polícia vai investigar a morte de Sérgio Régis, 45 anos. Ele teria sido agredido por um primo, durante um desentendimento, na tarde do último sábado, no bairro Praça, em Tijucas. Foi para o hospital e, na mesma noite, morreu. “A advogada iria apresentar o autor, mas ainda não veio. Terei de pedir a prisão dele. Alegam que tem problemas mentais, mas isso eu desconheço. No decorrer do inquérito policial um perito irá atestar se ele está com as faculdades mentais em dia”, argumenta o delegado Pedro Henrique Mendes.
Sérgio era figura conhecida na cidade. Principalmente no bairro Praça, onde sempre viveu. Uma doença que tinha desde pequeno, deformou parte do rosto. Atrapalhava no convívio social com quem não o conhecia, dificultava, inclusive, a fala. A vida não foi muito fácil para ele. Aos três anos de idade, a mãe estava grávida. Ganharia um irmão. Mas o que era para ser alegria virou tristeza. Mãe e bebê morreram durante o parto. Depois, o pai também se foi.
João Arceno é tio de Sérgio. Foi ele quem, junto com a avó, ajudou a criar o sobrinho. “Com uns 20 anos ele foi morar sozinho. E foi à luta!”, recorda. Sérgio juntou materiais recicláveis, pediu, trabalhou na limpeza de ruas... Mas, como ressalta orgulhoso o tio: nunca incomodou ninguém. A deformidade no rosto era pequena, na infância. Cresceu conforme o tempo passava. “Com uns 10 anos, levamos ele para Florianópolis. Fez três cirurgias. Na quarta, o médico já não quis fazer. Disse que não dava, porque não era uma massa, era sangue. Não podia mais mexer”, lembra o tio.
TORCEDOR FANÁTICO
Se tinha jogo do Renascença, lá estava Sérgio – seja na arquibancada, torcendo; ou dentro de campo, carregando a maca. Era o que ele iria fazer naquele sábado à tarde: ir ao Porto do Itinga assistir a final do campeonato municipal entre o time da Praça e o União. Mas a partida, que começaria às 15h, foi adiada por conta das más condições do campo após a chuva. Foi também por este horário que aconteceu o desentendimento entre Sérgio e o primo. “Ele não perdia um jogo do Renascença. Se tivesse a final, ele teria ido, estaria lá”, comenta João. Nem o tio e nem a polícia ainda sabem o que realmente aconteceu. Uns dizem que a agressão foi paulada na cabeça, outros que apenas um tapa. Isso será apurado ao longo das investigações.
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