Já tem sido tradição em Tijucas, nos últimos anos: Santa Terezinha cede sua capela, no bairro Universitário, para que motoristas da cidade celebrem o padroeiro da categoria, São Cristóvão. Como um dos pontos altos do festejo, as principais ruas do município ficaram tomadas por carros, ônibus, caminhões e carretas. Foi o que aconteceu na manhã do último domingo. Os sons de buzinas se espalhavam e davam o recado à população: a imagem de São Cristóvão pedia passagem.
Todos os anos é feito sorteio para saber quem levará o santo e abrirá a carreata. O caminhoneiro Edilson Pedro Umbelino Júnior sempre quis. E conseguiu. Foi quem conduziu a imagem este ano, carregada entre flores, na carroceria do caminhão. Apesar de ter apenas 21 anos, Juninho sempre esteve perto do volante, acompanhando o pai, que tem transportadora na cidade. Há dois anos, levou um susto na estrada – e nem estava a trabalho. Na carona de um carro, voltando da festa do caminhoneiro de Canelinha, sofreu um acidente. “Fiquei na UTI, em coma. E nessas horas a fé ajuda. Se não fosse por Deus, não estaria vivo. Isso me deu mais vontade de participar da festa do padroeiro e poder agradecer”, conta Juninho. A sorteada para conduzir a imagem, ano que vem, foi a NSG Transportes.
NÃO SÓ DOS MOTORISTAS
Durante todo o percurso da carreata pela cidade, dava para notar a presença de um ciclista. Os cabelos brancos contrastavam com a jovialidade com que pedalava. Seguia ao lado do caminhão guiado por Juninho. Era o aposentado Lito Vieira, morador do bairro Sul do Rio. Aos 72 anos, garante que faz tudo de bicicleta e, inclusive, pedala até outros municípios vizinhos. “Sou a pessoa mais feliz da face da terra por ter saúde e poder pedalar. Temos que agradecer mais! E eu faço isso sempre”, ressalta o aposentado.
Seguir a carreata de bicicleta tem sido um gesto que Lito repete todos os anos. Jura que não é promessa ou algo parecido. “Não sou caminhoneiro. Mas se São Cristóvão protege os motoristas, também zela pelos ciclistas. Sei que ele está sempre do meu lado, por isso sou devoto”, explica, após a jornada pelas ruas da cidade, sem qualquer demonstração de cansaço.
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