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16 de Julho de 2015 - 10:09:33

“No Brasil a gente não tem cultura de prevenção”

Novo comandante do Corpo de Bombeiros de Tijucas diz que a importância de ações preventivas só ficou evidente para a população depois de tragédias recentes
 
 
“No Brasil a gente não tem cultura de prevenção”

Tenente Schardong está à frente do Corpo de Bombeiros de Tijucas há três semanas, mas como era responsável pela corporação de São João Batista, já conhece a realidade da cidade. Ele conta que quer trabalhar em parceria com a comunidade e promover cursos de capacitação. Além disso, afirma que a prevenção é ferramenta fundamental e que o município precisa estar preparado em casos de grande eventos, como enchentes. Segundo ele, a maior parte das ocorrências de Tijucas são de acidentes de carro.

 

DAQUI - O senhor assumiu há apenas três semanas, mas já sabe qual realidade da corporação de Tijucas?

Tenente Schardong - Eu estava em São João Batista, e como ela faz parte de Tijucas, eu já estava por dentro da realidade e das necessidades que a cidade tem. É claro que agora eu estou me inteirando mais do município em si. Nós queremos trabalhar em parceria com a comunidade. A gente trabalha muito com cursos de instrução, formação e capacitação. A partir deste ano a gente vai começar a iniciar alguns trabalhos de capacitação, que são os cursos básicos e avançados de atendimento a emergência. Daremos três cursos básicos e um avançado por ano. Também a formação de bombeiros comunitários. Queremos trabalhar a preparação do município para grandes eventos. Por exemplo, queremos estreitar os laços com a Defesa Civil, para quando houver um grande evento, como esses que estão ocorrendo no Oeste, a gente esteja preparado. Precisamos de embarcação adequada, pessoal treinado, não só nosso, mas também da sociedade civil.

 

DAQUI - É muito difícil esse trabalho de prevenção?

Tenente Schardong - É difícil, porque no Brasil a gente não tem cultura de prevenção. Enquanto em outros países se aprende a prevenir desde os primeiros socorros a grandes desastres, já na escola. Aqui no Brasil a gente não tem. Estamos aprendendo a trabalhar com cultura prevencionista agora, depois do ocorrido na Boate Kiss, depois das enchentes de 2008 e 2011. Mas o Corpo de Bombeiros já faz isso há muito tempo. Aos pouquinhos as pessoas vão se acostumando e nós vamos fazer esse trabalho que é extremamente importante, para quando ocorra o evento, a gente esteja preparado.

 

DAQUI - Quanto às atribuições do Corpo de Bombeiros. Em casos de mal súbito, os Bombeiros geralmente são acionados. Esse trabalho não deveria ser feito pelo Samu?

Tenente Schardong - A legislação federal e estadual designa o Samu para casos clínicos e o Corpo de Bombeiros para traumas e outras emergências, como incêndio e resgate. Acontece é que nós temos no Brasil dois órgãos que acabam fazendo a mesma coisa. As pessoas não sabem para quem ligar. Enquanto os países mais desenvolvidos têm apenas um número de emergência, nós temos vários.  Já existe um projeto de Lei para que o Corpo de Bombeiros assuma o Samu no próximo ano, mas ainda está em tramitação. Por enquanto, a gente orienta: se a pessoa passou mal em casa, chame o Samu. Porque eles têm condições de dar atendimento no local sem levar para o ambiente hospitalar, coisa que o bombeiro não pode fazer. Assim, deixa os bombeiros para ocorrências de traumas ou coisas mais graves.

 

DAQUI - O efetivo em Tijucas é suficiente?

Tenente Schardong - O efetivo é um problema a nível de estado, não só do bombeiro. Não podemos dizer que hoje nós temos o número de bombeiros adequados para atender Tijucas. Nós trabalhamos hoje com três bombeiros por dia no socorro. Isso para três unidades de emergência. Se acontece agora um acidente de trânsito, esses três bombeiros se deslocam para o acidente de trânsito. Se nesse meio tempo acontece um incêndio, eles têm que terminar o atendimento, voltar para o quartel, pegar o caminhão e ir ao incêndio. O que a gente faz quando isso ocorre é pedir apoio das cidades vizinhas. Mas precisaríamos hoje, no mínimo, trabalhar com cinco bombeiros militares. O ideal é uma guarnição de oito bombeiros.

 

Como funciona a questão dos bombeiros comunitários?

Tenente Schardong - Nós temos em Tijucas cerca de 10 bombeiros comunitários ativos. São pessoas da comunidade que a gente capacita e trabalham de forma voluntária. Mas eles não fazem o serviço de bombeiro, eles auxiliam em nossos atendimentos. A nossa intenção é formar uma turma de bombeiro comunitário por ano. Porque além de auxiliar as guarnições aqui no quartel, eles são membros de comunidade que dão o primeiro atendimento lá no local da ocorrência. Em uma parada cardíaca, se a gente não chegar em seis minutos, a vítima morre em 99% dos casos. Se nesses primeiros seis minutos tiver lá um bombeiro comunitário ou alguém da comunidade capacitado para dar o primeiro atendimento, a chance de sobrevida da vítima é muito maior.

 

 

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