“A gente acolhe, envolve eles na comunidade e mostra pra eles que a vida faz sentido”, afirma a líder do grupo
Ao longo desta semana, talvez você tenha visto algumas pessoas com um lenço amarelo no pescoço circulando pelas escolas, ruas da cidade e em seus trabalhos. Caso não saiba, são integrantes dos Desbravadores Pérolas do Vale, grupo vinculado à Igreja Adventista do Sétimo Dia. Anualmente, o grupo promove a Semana do Lenço, símbolo que os identifica, para celebrar o Dia Mundial dos Desbravadores, celebrado neste sábado (18). Além disso, o lenço sinaliza que estas pessoas estão dispostas a acolher quem esteja precisando de ajuda, aproveitando o ensejo do Setembro Amarelo, campanha de prevenção ao suicídio.
O Pérolas do Vale completou, no último mês de abril, 25 anos de existência em Tijucas. Desde o início, Maria Lúcia Gross de Jesus, 58 anos, está envolvida com o grupo. Atualmente, é ela quem lidera o grupo de instrutores que orienta as crianças e adolescentes que integram os Desbravadores. Hoje, são pouco mais de 50 integrantes, com idades entre 10 e 15 anos.
As práticas lembram as competências desenvolvidas pelos escoteiros. São cerca de 400 especialidades que os desbravadores aprendem ao longo dos anos, muitas ligadas à sobrevivência na natureza, como fazer diversos tipos de fogo, montar acampamentos, localização em áreas de mata, primeiros socorros e ressuscitação cardiopulmonar. “Fazemos muitos treinamentos de sobrevivência. Costumamos falar que se um Desbravador fica sozinho na mata, ele não se perde. E eles estudam muito pra desenvolver essas especialidades, o que acaba ajudando bastante na escola também”, ressalta Maria Lúcia.
A solidariedade como virtude
Para além dessas atividades, os Desbravadores desenvolvem uma série de ações sociais. Promovem limpezas de praias, terrenos e praças, manutenção em escolas, arrecadação de cestas básicas, campanhas de Natal, entre outras. Boa parte dos jovens que participam do grupo, geralmente, são de baixa renda e, portanto, acompanhados de perto pelo programa de assistência social da igreja.
“Estamos sempre em contato com os pais, conversamos caso a gente identifique algum comportamento diferente. Eles mesmos têm muita liberdade pra dialogar conosco e relatarem se estiverem com algum problema. A gente acolhe, envolve eles na comunidade e mostra pra eles que a vida faz sentido”, explica Maria Lúcia.
Há tanto tempo trabalhando com diferentes gerações, Maria Lúcia estima que já viu passarem pelo Pérolas do Vale cerca de 500 Desbravadores. E os encontra, já crescidos, em diversas funções na sociedade. Ao falar sobre isso, sorri satisfeita, percebendo a importância dos anos que tem dedicado a formar jovens que contribuam para a construção de uma realidade melhor.
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