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Capitão Sebastião assumiu o comando da Polícia Militar de Tijucas há dois anos. Na entrevista ao jornal DAQUI, ele fala sobre a falta de efetivo policial na cidade e, mesmo assim, tem que dar conta de atender as ocorrências. Admite que a localização privilegiada do município acaba atraindo a vinda dos bandidos, mas acredita que as blitze realizadas pela PM inibiram alguns crimes.
DAQUI - A Polícia Civil do município reclama da falta de efetivo. Como está a situação da PM em Tijucas?
Sebastião - A falta de efetivo não é só na questão Polícia Civil, a Polícia Militar também tem essa carência na parte de efetivo, que a gente tenta suprir com a intensificação e diversificação de patrulhamento. [Mas o atual efetivo dá conta de atender Tijucas?] Nós temos que dar conta com o que temos. Obviamente é atendido conforme a disponibilidade da parte de viaturas e policiais por dia. Não conseguimos atender todos os fatos ao mesmo tempo, até porque a onipresença e a onisciência ainda não conseguimos fazer, mas a gente vai atendendo conforme a demanda aparece. A gente tenta atender todas as chamadas de ocorrência mais graves, primeiramente, posteriormente as que não têm tanta gravidade.
DAQUI - Acompanhamos muitas notícias de assaltos em comércio e residências, muitos à luz do dia. Como inibir a ação dos bandidos?
Sebastião - Tem como inibir, desde que seja feito um trabalho conjunto de toda sociedade, que também tem que contribuir para isso. Porque hoje em dia o cidadão infrator tem muitos subterfúgios, muitos meios para cometer os delitos. A sociedade tem que se prevenir e se resguardar também buscando a parte da segurança, a melhoria na parte da infraestrutura e de câmeras, modificar algumas vezes a forma de pagamento feita nos comércios. As pessoas têm a velha mania de pagar em dinheiro vivo o seu funcionário, ao invés de pagar através de uma conta. Tudo isso dificulta a ação do marginal que queira cometer o delito em nossa região.
DAQUI - A localização privilegiada de Tijucas atrai bandidos para a cidade?
Sebastião - Com certeza, nós estamos em um ponto estratégico, próximo a dois grandes centros: Florianópolis e Balneário Camboriú. A nossa rota é próxima a BR-101, o que facilita bastante a parte de circulação. Obviamente, nós já mapeamos alguns locais. Temos alguns locais de identificação e procuramos sempre inibir a parte da rota desses possíveis infratores, até mesmo para dificultar a ação deles. [As blitze dificultam a prática de crimes?] Dificultou bastante. Hoje em dia o infrator começa a pensar também na parte de como fazer o seu delito. Antigamente, se a gente abordasse alguém que estava irregular, por mais que a gente tivesse ciente de que ele poderia estar indo para a prática de delito, não podendo comprovar, tendo seu veículo irregular, a gente não tinha muito o que fazer. Então, hoje em dia, a retirada do veículo para o pátio já começa inibir. Porque boa parte são veículos que são bruxos, ou com licenciamento atrasado... Isso tudo facilita para o trabalho policial.
DAQUI - Em estatísticas, quais os crimes mais cometidos em Tijucas?
Sebastião - A maior parte dos crimes seriam pequenos furtos e também violência contra mulher. A parte de Maria da Penha acrescentou bastante. Também há muitos roubos em nossa região.
DAQUI - Tijucas está uma cidade perigosa?
Sebastião - Para fazer uma avaliação é necessário fazer um comparativo. Você não pode dizer de um único fator se ela está ou não perigosa. Se formos comparar com outros municípios da região, em termos de estatísticas de quantitativo de ocorrências, e até mesmo na parte de Estado, nós estamos em nível bom e até mesmo em nível de excelência de atendimento policial. Apesar de todas as dificuldades que ainda se tem... Há muito o que se melhorar, não só na segurança, na questão policial, mas também na parte social e integração dos órgãos para a melhoria justamente para termos uma sensação melhor de segurança.
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