Umas pessoas usam momentos difíceis como muleta para as reclamações. Outras, encaram as dificuldades como chance de ter dias melhores. Caso da estudante Marina de Oliveira Duarte, 21 anos. Ela vive em constante tratamento por causa de uma doença, ainda sem cura: a fibrose cística. Em maio deste ano, esteve internada por 21 dias. Resolveu fazer uma lista com 21 coisas que iria fazer quando recebesse alta. Uma delas, conhecer um ídolo: o cantor Lenine.
“Quando eu fiz, coloquei coisas simples, como ir à pizzaria que eu gosto, ao cinema, dançar forró... Coloquei o Lenine e ri depois. Ele nem tinha show marcado para Santa Catarina”, lembra Marina. Pouquinho depois, o cantor anuncia a vinda a Florianópolis. Com ingresso comprado, a estudante – que é de Tijucas, mas desde 2011 mora em Floripa por ser mais perto da universidade onde cursa jornalismo – começou a tentar contato. Queria o abraço do ídolo.
Eis que uma amiga teve a ideia de fazer uma campanha pelo Facebook. Marina logo bateu a foto com um cartaz: “Lenine, me abraça?”. Junto, um texto contando um pouco da história da lista das 21 resoluções. Não demorou para que centenas de internautas compartilhassem o apelo. Todos pediam para que Lenine abraçasse Marina no show que faria em Florianópolis, no último sábado. “Foi tudo muito rápido. Eu olhava os compartilhamentos e ficava assustada”, recorda Marina.
NOS BRAÇOS DO ÍDOLO
A resposta veio na mesma medida. Lenine, em sua página oficial do Facebook, postou uma foto em que segurava o cartaz: “Marina, me abraça?”. E o encontro foi marcado. Marina não se arrependeu em nada de querer um carinho do cantor. “Ele é incrível. Alguém que deveria ser multiplicado. Se importa com o trabalho e com o efeito do trabalho dele na vida das pessoas”, destaca a estudante. Além do abraço nos bastidores, teve uma das músicas do show dedicada a ela. Saiu mais fã. Saiu mais forte. A luta continua.
O apelo de Marina:
"Oi, Lenine. Eu, como essa gente toda que te acompanha e canta tuas músicas com a maior alegria, sou tua fã. De carteirinha. De dar brilho no olho. Peço licença pra te contar um ‘causo’.
Eu tenho uma doença genética sem cura chamada Fibrose Cística. Por causa dela eu preciso ter um cuidado maior com o meu pulmão e sou mais propensa a infecções, principalmente pulmonares. Ocasionalmente eu preciso ficar internada pra administrar antibióticos injetáveis e aumentar minha imunidade. É nesse estado em que me encontro agora, pela segunda vez esse ano.
No fim da minha internação em maio, eu fiz uma lista de 21 coisas que eu queria fazer - para compensar os 21 dias internada - e nessa lista eu coloquei "ir a um show do Lenine", mesmo que não estivesse nada marcado pra Santa Catarina.
Marcaram! Comprei meu ingresso e do meu irmão na primeira semana.
Eu vou ao show porque, apesar dos cuidados, meu quadro é estável e meu médico autorizou. Não posso permitir que a minha doença norteie minha vida. Depois de tantos antibióticos e agulhas, preciso estar no sábado dia 4 em Jurerê pra te ouvir cantar.
Vim aqui, na verdade, pra dizer que eu ouço tuas músicas desde meus 12 anos e pra te pedir um abraço. Um abraço pra que a cada internação que vier pela frente me faça lembrar desse momento tão especial e tão incrível: um abraço com carinho de alguém tão admirado de longe. Lenine, me abraça?".
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