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04 de Fevereiro de 2021 - 12:42:02

Cinco dcadas dedicada ao vlei em Tijucas

Angela entrou em quadra aos 9 anos de idade e, desde ento, no parou mais. Alm de se destacar nas competies da modalidade, tambm forte liderana no esporte daqui
 
 
Cinco dcadas dedicada ao vlei em Tijucas

Prestes a completar 59 anos de idade, Angela não pretende parar de jogar  

 

Angela Maria de Simas completa 59 anos de idade na próxima terça-feira. Chega, então, aos 50 anos de dedicação ao vôlei, esporte pelo qual, como se define, é “fanática” desde os nove anos. Estudava no Cruz e Sousa e foi nos treinos na escola que o interesse pelo esporte despertou. “Naquela época, em dia de educação física, todo mundo ia pra escola”, sorri. Tem impressão de que os jovens – e a comunidade, de uma maneira geral – nutria maior interesse pelo esporte. Menos tecnologia, smartphones e opções do que fazer, talvez, sejam a explicação. Mas esse é apenas um talvez.  

Fato é que, em casa, Angela sempre teve total apoio dos pais. É filha de Manoel João de Simas, que todos conheciam por Calinho – não se sabe porquê –, e Thereza Hommers de Simas, conhecida professora de matemática que lecionou para várias gerações na região. O casal era presença certa nas arquibancadas dos ginásios quando Angela estava em quadra. “Eles sempre foram meus maiores incentivadores”, garante.  

Desde que começou a praticar a modalidade, joga como meio-de-rede ou ponta, tendo o ataque como prioridade. O pai, no entanto, preferia ver um bom bloqueio. “Até hoje, quando estou jogando e faço um bloqueio, olho pra cima e penso: ‘é pra ti, pai’”, conta, com uma lágrima discreta represada por trás dos óculos. 

 

AMIZADES COMO CONQUISTAS

As competições sempre foram parte da rotina de Angela. Jogou incontáveis campeonatos regionais, etapas classificatórias para os Jogos Abertos de Santa Catarina (JASC), representando Tijucas, Canelinha ou São João Batista. No esporte, claro, há rivalidade e disputas acirradas. Na região, por exemplo, ganhar de Nova Trento, polo do vôlei no Vale, sempre foi um desafio. Com tantos anos de dedicação, a coleção de medalhas e troféus é grande, mas, para Angela, “as maiores vitórias, com certeza, são os amigos que a gente faz”.  

As amizades, de fato, são marca da sua trajetória no vôlei. Há quase 30 anos, quando o grupo que competia pela Comissão Municipal de Esportes (CME) de São João Batista passou da idade de disputar os campeonatos regionais, foi uma das fundadoras do Cia Master, time de veteranas que até hoje participa de torneios por Santa Catarina e em outros estados.  

Desde esse período, Angela se encarrega de organizar as equipes de que participa, conseguir patrocínios e assumir funções que aparecem no caminho. Essa aptidão para a gestão de grupo, digamos, levou-a à liderança do Centro desde o surgimento das Olimpíadas Tijuquense, competição que movimenta a cidade anualmente. Por diversos anos, atuou como atleta da equipe feminina de vôlei de quadra, treinadora do time masculino e presidente do bairro. “Eu adoro aquilo. Gosto muito de estar no ginásio, de correr atrás das coisas, dos atletas, essa folia”, comenta. 

Depois de praticamente dois anos morando na paradisíaca Marechal Deodoro, em Alagoas, Angela voltou para Tijucas em março do ano passado, uma semana antes de esta pandemia – que segue se arrastando – paralisar tudo que é atividade esportiva por aqui. Ela e os amigos de sempre, então, não veem a hora de poder voltar às quadras. 

 

MENISCOS QUE LUTEM

Há cerca de oito anos, Angela integrou o time que representou Santa Catarina no torneio interestadual Damas de Ouro, em Brasília, em que competem equipes formadas por atletas com idade acima dos 50 anos. Na organização, senhoras com seus 70 e poucos anos, que diziam“nós estamos com uma inveja de ver vocês aí jogando”.  

Parece que Ângela se inspira na trajetória dessas atletas longevas, jovens há mais tempo, e pretende seguir o exemplo. Está ansiosa por voltar a ver os amigos de sempre e seguir em quadra, jogando vôlei, como faz há meio século. “Enquanto meu joelho aguentar, vou continuar jogando”, garante. 

 

 

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