Aos 57 anos, o patrimônio de Gilmar Duarte da Silva são as cerca de 20 raquetes, 500 bolinhas e cinco décadas dedicadas ao tênis. Todos os dias, ele vive o esporte. E faz outras pessoas viveram. Ensina com a paciência de quem quer ver a evolução dos aprendizes. Em Tijucas, é professor de tênis há 13 anos. Mas a história dele com o esporte é muito mais antiga.
Gilmar é do tempo em que, numa família pobre e com muitos irmãos, a criançada ia para a luta ajudar no sustento da casa. Começou a trabalhar cedo: aos sete anos. Profissão? Catador de bolinhas num clube de Joinville. Nasceu ali a relação mais duradoura da vida de Gilmar. Não desgrudou mais do tênis. Logo passou a ser, também, aluno. E, aos 18 anos, conseguiu uma carta de recomendação para ser professor. Trocou Santa Catarina pelo Paraná. E por lá construiu grande parte da carreira na descoberta de novos tenistas.
“Tenho o orgulho de dizer que fiz dois campeões catarinenses e uma campeã brasileira. Mas descobrir talentos não é o único objetivo. Trato todos meus alunos com a mesma dedicação e sei da importância do esporte para a vida de cada um”, comenta Gilmar. Ele sonha em ter mais apoio. Teme não conseguir permanecer em Tijucas. “É possível que eu tenha que ir embora. Preciso sobreviver. Mas não quero sair daqui!”, confidencia, com a voz embargada. O número de alunos tem diminuído e os incentivos ao tênis também.
VANTAGENS DO ESPORTE
Além das aulas particulares, Gilmar ensina dezenas de crianças que fazem parte da escolinha municipal de Tênis, em Tijucas. O espaço para as aulas fica na quadra, no Jardim Porto Belo. E o professor geralmente está por lá de segunda-feira a sábado. “É um esporte educativo, o segundo mais completo. Isso é patologicamente comprovado. Só fica atrás da natação”, argumenta Gilmar, com a paixão de quem defende o melhor amigo.
|